A certeza que se adensou nos últimos meses é agora oficial: a candidatura conjunta de Portugal, Espanha e Marrocos à organização do Mundial de futebol de 2030, entregue em outubro do ano passado, foi aprovada esta quarta-feira pela FIFA.
Candidata única, a proposta dos três países, que tem como lema “Yalla Vamos”, foi confirmada no Congresso Extraordinário da FIFA, em Zurique, na Suíça, dias depois de o relatório de avaliação ter sido divulgado, referindo que a candidatura "demonstrou claramente capacidade para receber a prova com sucesso".
A candidatura única da Arábia Saudita à organização do Mundial 2034 foi também aprovada.
A maioria dos jogos da fase final do Campeonato do Mundo de 2030 será disputada nos três países organizadores. Mas não todos, já que a bola também irá rolar na América do Sul: Argentina, Paraguai e Uruguai vão acolher três jogos da fase final, como forma de celebrar o centenário da competição, cuja primeira edição decorreu no Uruguai, em 1930.
Jogos disputados em Portugal
Três estádios portugueses irão acolher jogos da competição, que deverá decorrer entre 8 de junho e 21 de julho de 2030: o Estádio da Luz e o Estádio José Alvalade, em Lisboa; e o Estádio do Dragão, no Porto. São os únicos em Portugal que correspondem às exigências da FIFA para acolher jogos de Mundiais.
O recinto do Benfica - o único dos três com capacidade mínima de 60.000 lugares - vai receber uma das meias-finais.
Portugal estreia-se na organização de Mundiais, após já ter recebido o Euro 2004. Espanha acumula mais experiência na organização de grandes torneios, já que, no passado, acolheu o Euro1964 e o Mundial1982. Por sua vez, Marrocos organizou unicamente a Taça das Nações Africanas em 1988, condição que irá repetir em 2025.
Final do Mundial em Espanha
O estádio da final deverá ter a capacidade para, pelo menos, 80 mil pessoas. Nesse sentido, a escolha deverá recair sobre o icónico Santiago Bernabéu, em Madrid, uma informação avançada há mais de um ano pelo jornal El País.
Espanha deverá acolher o maior número de partidas e contribuirá com nove cidades e 11 estádios. Em Marrocos deverão disputar-se jogos em seis estádios de seis cidades. Apenas em 2026 serão conhecidas todas as cidades-sede do torneio.
O que muda no Mundial?
Além da inédita repartição de jogos por seis países, o Campeonato do Mundo passará a ter 48 seleções em vez das tradicionais 32 (um formato que se estreará já em 2026, no Mundial organizado por Canadá, México e EUA).
Os países vão estar distribuídos por 12 grupos, cada um com quatro. No total, serão disputados 104 jogos, mais 40 do que o habitual.
Os dois primeiros classificados de cada agrupamento e os oito melhores terceiros da fase de grupos seguem para a fase a eliminar que, dado o aumento do número de seleções participantes, começa nos 16 avos de final.
Corrida à organização do Mundial 2030
A organização do Mundial 2030 começou por ter quatro candidaturas: para além da tríade Portugal, Espanha e Marrocos, candidataram-se os países sul-americanos Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai; os europeus Reino Unido e Irlanda; e uma segunda parceria intercontinental, que juntava Egito, Grécia e Arábia Saudita.
As duas últimas foram as primeiras a sair de cena e a candidatura sul-americana terá honras de abertura do torneio. O Chile terá ficado fora das escolhas por existir, segundo o El País, apenas a possibilidade de incluir três países, sendo que o Uruguai foi escolhido por ter sido o país que organizou o primeiro Mundial em 1930, a Argentina por ser a atual campeã do mundo e o Paraguai por ser o país de Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e o país-sede da Conmebol.
Até hoje, a única organização conjunta de um Campeonato do Mundo foi protagonizada por Coreia do Sul e Japão, em 2002, sendo que a próxima edição será a primeira a envolver três países.
O último Mundial, disputado no Qatar no inverno de 2022, foi conquistado pela Argentina que, na final, derrotou a França no desempate por pontapés de penálti (3-3 após prolongamento, 4-2 nos penáltis)