Os resultados ditam leis e, nesse capítulo, este último estágio de preparação para a fase final do Campeonato da Europa de sub-21 – de 11 a 28 de junho, na Eslováquia – não foi propriamente profícuo.

Depois do desaire sofrido diante da Roménia, na passada sexta-feira, em Famalicão, nova derrota, agora frente a Inglaterra, em West Bromwich, mas com uma imagem bem melhor.

Porque se aos 10 minutos a Inglaterra já vencia por 2-0 – um erro de Eduardo Quaresma ofereceu o primeiro a Hayden Hackney e a magia de Ethan Nwaneri escreveu a história do segundo -, antes disso já Portugal poderia ter marcado… por duas vezes: Tiago Tomás (3’) e Fábio Silva (5’) viram James Beadle negar-lhes o golo.

João Muniz, pouco depois, tirou as abas ao chapéu de Omari Hutchinson e os jovens lusos voltaram à carga. Desta feita com sucesso: Mateus Fernandes chamou Rodrigo Pinheiro à direita, o lateral cruzou com conta, peso e medida e Fábio Silva só teve de encostar.

Depois de dois penáltis por marcar a favor de Portugal – mão de Hayden Hackney (26’) e derrube de James Beadle a Fábio Silva (34’) -, Gustavo Sá atirou ao poste e Tiago Tomás também ficou perto do empate.

As emoções ficaram guardadas para a ponta final do desafio: Omari Hutchinson cabeceou para o 3-1 (76’), Carlos Borges rematou para o 3-2 (85’) e Jaden Philogene, já nos descontos, sentenciou a partida.

Do 4-4-2 losango da primeira parte ao 4-3-3 da etapa complementar, a certeza de que Portugal pode bater-se contra qualquer seleção. Que assim seja no Europeu!

Os destaques de Portugal

No lado direito esteve um lateral… às direitas. Rodrigo Pinheiro cumpriu defensivamente e na primeira metade esteve particularmente vocacionado para o ataque. Foi numa dessas incursões que fez a assistência perfeita para que Fábio Silva faturasse (22’).

Mas nem tudo foi bom no quarteto mais recuado, com especial incidência em Eduardo Quaresma. O defesa-central viveu uma noite para esquecer e errou de forma clamorosa logo aos 7 minutos, abrindo caminho para Hayden Hackney inaugurar o marcador.

Depois do brilharete frente à Roménia, Diogo Nascimento voltou a exibir-se a um nível bastante interessante e reforçou a ideia de que é um claro candidato à titularidade na fase final do Europeu.

Mateus Fernandes e Pedro Santos deram rotação ao meio-campo, cabendo a Gustavo Sá – só o poste lhe negou o golo (34’) – definir com categoria no último terço.

Tiago Tomás bem tentou o golo, mas viu James Beadle levar sempre a melhor (3’ e 41’).

Carlos Borges voltou a saltar do banco para agitar e desta feita até faturou (85’). João Marques agitou o setor intermediário e Henrique Araújo aportou qualidade ao ataque nacional.

«Jogo atípico» - Rui Jorge

A Inglaterra é uma equipa de topo a nível europeu, recheada de excelentes jogadores. Foi um jogo atípico para nós, mas gostei do posicionamento e da forma como saímos para o ataque. Por outro lado, não gostei de alguns erros que cometemos e que custaram caro.

Diogo Pinto já sente o peso da camisola

Se na passada sexta-feira, diante da Roménia, tinham sido quatro os jogadores a estrearem-se oficialmente pela Seleção Nacional de sub-21 – Jónatas Noro e Francisco Chissumba (ambos do SC Braga), Diogo Nascimento (Vizela) e Gonçalo Nogueira (Paços de Ferreira), o duelo frente a Inglaterra marcou o debute de mais um jogador neste escalão: Diogo Pinto.

O jovem guarda-redes do Sporting, de apenas 20 anos, foi lançado por Rui Jorge no decorrer da segunda parte – entrando para o lugar do bracarense João Carvalho – e no final da partida não escondeu a sua satisfação pelo momento.

«É sempre uma sensação de orgulho. É mais um passo dado na minha ainda curta carreira, mais um objetivo concretizado e vou continuar a trabalhar para concretizar os que ainda faltam. O selecionador nacional deu-me confiança no momento em que entrei», assumiu, em declarações ao Canal 11.

Notícia atualizada às 22h57