
Patrícia Silva chegou na madrugada desta terça-feira a Lisboa, proveniente da China, onde venceu a medalha de bronze nos 800 metros dos Mundiais de Atletismo de Pista Curta. À espera tinha o pai, Rui Silva, antigo atleta. Há 20 anos mais uns meses, no verão de 2004, foi Patrícia quem foi ao aeroporto esperar o pai, que também chegava com medalha de bronze ao peito — conquistada nos 1500 metros dos Jogos Olímpicos de Atenas.
«Tive a oportunidade de acompanhar as medalhas dele, agora ter a minha e ele estar cá para me receber é especial», admitiu Patrícia Silva aos jornalistas, no aeroporto. Em 2004, estava a uns meses de fazer 5 anos. Agora tem 25.
A prova que lhe deu a medalha foi sofrida, até pelo ritmo intenso imposto logo de início pelas adversárias. «É muito stressante ver que toda a gente parte muito rápido e eu não conseguir partir tão rápido, mas acreditei que ainda podia lá chegar.» A reta final fortíssima permitiu-o: «Queria tanto, foi dar tudo o que tinha.»
Ainda em Nanjing, Patrícia admitiu que há uns meses, provavelmente, não teria conseguido reagir como reagiu — o atraso para as adversárias poderia tê-la feito baixar os braços. Esta madrugada explicou o que mudou: «Sinto-me completa, muito mais feliz no atletismo. É uma Patrícia mais madura.»
Essa maturidade também ajudará a lidar com o inevitável aumento de expectativas. «Alcançando uma medalha destas as pessoas vão esperar mais. Até aos Jogos Olímpicos [de 2028] é um caminho muito longo, mas vou preparar-me», garantiu.