Patrick Morais de Carvalho assinalou 10 anos na liderança do Belenenses com uma entrevista conjunta a Rui Dias (Record) e José Manuel Delgado (A Bola), na qual passou em revista as dificuldades que sentiu e lançou ideias para o futuro. Voltar à 1ª Liga é uma ambição a médio prazo.

"Essa é a pergunta do milhão de dólares: como vamos colocar o Belenenses na 1ª Liga sem alienar a maioria do capital social? É evidente que tem de haver uma estratégia, que existe e carece de tempo, pois pode esbarrar na impaciência dos adeptos e dos sócios. Se quiserem que as coisas aconteçam demasiado rápido, é evidente que isso é estar a empurrar o Belenenses para se vender a alguém", assinalou o líder azul.

Ciente que esta década "foi uma caminhada muito dura e não isenta de muitos espinhos", Patrick orgulha-se do trabalho feito. "Hoje podemos olhar para um clube sem dívidas de maior, um passivo controlado, capitais próprios de 7,7 milhões de euros, sem dívidas à AT, Segurança Social e banca e que, de alguma forma, conseguiu imortalizar o património imobiliário do clube."

O presidente está disposto a abrir o capital da futura SAD a investidores minoritários, que aportem "valências que não temos", bem como usar recursos próprios e parcerias. E dá a ideia de replicar a partilha de direitos de jogadores sul-americanos, como se fazia nos anos 80 e 90.

Patrick Morais de Carvalho criticou ainda "uma Liga de clubes que ignora as dificuldades das SAD" e Pedro Proença na questão da centralização dos direitos televisivos. "Ele tem uma mão cheia de nada! A centralização deverá garantir um valor superior aos 180 milhões de euros. Para isso é preciso um forte investimento em infra-estruturas e tetos salariais indexados aos passivos das SAD", considerou.