
Paulo Fonseca é defendido por aqueles que o conhecem bem, que partilharam etapas da carreira a defender o mesmo emblema que o técnico, que agora arrisca um castigo pesado em França.
Na sequência do gesto irrefletido no jogo com o Brest - um encosto de cabeça ao árbitro, Benoit Billot -, a assessoria de imprensa do técnico do Lyon divulgou declarações de jogadores e dirigentes que decidiram sair em defesa de Paulo Fonseca.
«O Paulo é uma pessoa íntegra, educada e muito serena. O acontecimento no jogo com o Brest em nada reflete a personalidade do Paulo, tendo este sido um caso isolado, na minha opinião. Acredito que um conjunto de vários fatores excecionais tenham levado o Paulo a agir daquela forma. Do que conheço dele, estou seguro de que estará arrependido e se pudesse voltar atrás no tempo, não hesitaria. No futebol as emoções por vezes levam-nos para situações inesperadas e depois arrependemo-nos, seguramente foi isso que aconteceu. O Paulo Fonseca é um ótimo profissional, um grande treinador e uma excelente pessoa», refere Tiago Pinto, que trabalhou com Paulo Fonseca na Roma e agora é diretor desportivo do Bournemouth.
Darijo Srna, diretor desportivo do Shakhtar, equipa ucraniana que Paulo Fonseca também treinou, diz que o português é «um exemplo de profissionalismo». «Era um treinador de alto nível e uma ótima pessoa, que sempre interagiu de forma positiva com a sua equipa técnica e os seus jogadores. Fiquei surpreendido com o que aconteceu com ele em França, porque sempre foi muito respeitador com os árbitros, mas o futebol é um jogo emocional e, às vezes, as nossas emoções podem levar a melhor», reforça.
José Fonte, capitão do Casa Pia, garante que Paulo Fonseca, com quem trabalhou no Lille, «sempre demonstrou ser uma pessoa respeitadora, educada e profissional». «Todos aqueles que trabalharam e privaram com ele sabem isso. Foi uma situação anormal e excepcional e tenho a certeza que nunca voltará a acontecer», acrescenta.
Deco também destaca o técnico como «profissional exemplar, dentro e fora de campo». «Quem o conhece sabe do seu caráter íntegro, da sua paixão pelo futebol e do respeito que tem pelo jogo e por todos os seus intervenientes. Situações de tensão acontecem no futebol, mas isso não apaga a sua trajetória de seriedade e compromisso com o desporto», defende o antigo internacional português, agora diretor desportivo do Barcelona.