Feliz e orgulhoso? Super! Realizado? Ainda não. O sorriso na face de Paulo Pereira era o mesmo de um país que tinha acabado de ver a Seleção de andebol a fazer história ao qualificar-se pela primeira vez para as meias-finais de um Mundial, mas o técnico, apesar do êxtase, já estava a pensar no jogo de amanhã, sentindo que está perto... do cume do Evereste.

"Estamos no último acampamento. Temos de ficar mais umas horas para perceber se as condições são favoráveis para continuarmos a subir", brincou o técnico de 59 anos. "Sabemos o que é a Dinamarca. É preciso haver uma série de fatores que se reunam, mas o mais importante é ter um grupo de jogadores com estas características. Garanto que vamos para cima deles", rematou.

"Eu tenho uma pedra escrita e umas das coisas que tem lá é WC, World Champion [Campeão do Mundo]. A minha sensação é que um dia poderia ganhar uma medalha. Não sei se vai ser neste campeonato, mas o que é certo é que estamos muito perto. Claro que para que isso aconteça temos de ganhar ao tricampeão do Mundo. É realmente uma montanha muito alta para escalar", referiu o técnico que destacou a força de Portugal "a lutar até ao fim e a lutar contra o pré-estabelecido": "Tudo isto tem a ver com o coração destas pessoas!"

Victor e Martim
No meio de todos os Heróis do Mar, Paulo Pereira fez questão de elevar dois. "O Victor Iturriza teve de chegar-se à frente com a expulsão do Frade, o que fez com que lhe atribuíssemos praticamente o tempo todo de jogo em termos defensivos e ofensivos. E marcou 7 golos ao Wolff... Acho que foi o melhor jogo que o vi fazer", atirou, rematando: "Ao Martim disse-lhe que ia fazer um grande jogo, sentia isso, mas no início percebi que provavelmente me tinha equivocado... Mas entrou no jogo e esta parte final foi um coisa brutal e é ele que marca o golo da vitória.