
Pedro Pablo Pichardo, campeão olímpico do triplo salto em Tóquio 2020, avançou com uma ação no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) europeu para indemnização e reconhecimento de justa causa na rescisão de contrato unilateral com o Benfica.
A ação deu entrada na quarta-feira no TAD, segundo a agência Lusa, tendo como demandado o clube encarnado, que representou de 26 de abril de 2017 até 13 de janeiro de 2025, data em Pichardo anunciou a rescisão do contrato válido até ao fim dos Jogos Los Angeles 2028, alegando divergências irreconciliáveis.
O vice-campeão em Paris 2024, campeão do mundo em Oregon 2022 e europeu em Munique 2022 agradeceu o apoio recebido para alcançar objetivos, prometendo, após a desvinculação do Benfica, levar o assunto às instâncias competentes e focar-se na vertente desportiva.
Pichardo não esteve presente nos Europeus do último fim de semana, mas tem previsto regressar à competição a 26 de abril, na Liga Diamante, na etapa que se realizará na China. «Devido a divergências irreconciliáveis com o Sport Lisboa e Benfica, que inviabilizam a minha continuidade, decidi deixar de ser atleta do clube, conforme comuniquei hoje mesmo à entidade. O assunto está a ser levado às instâncias competentes, pelo que, a partir deste dia, não irei mais pronunciar-me sobre este tema, focando-me única e exclusivamente na vertente desportiva», lê-se no comunicado de 13 de janeiro assinado pelo atleta nascido em Cuba, naturalizado português.
Após a conquista do título europeu em pista coberta, em Istambul2023, foi tornado público o diferendo do atleta com a diretora do projeto olímpico e do atletismo das águias, Ana Oliveira, tendo, no ano passado, Pichardo recusado aceitar o processo de filiação na plataforma da Federação Portuguesa de Atletismo (FPA).
Várias vezes, Pichardo pediu publicamente para ser recebido pelo presidente do Benfica, Rui Costa, para poder esclarecer a situação.
O Benfica, por seu lado, na sequência do pedido de rescisão unilateral, informou ter instaurado um processo disciplinar a Pichardo, com vista ao seu despedimento, «por ter faltado a exames médicos para os quais estava convocado depois dos Jogos Olímpicos, bem como o facto de ter recusado a inscrição na plataforma de atletas, apesar de ter sido por diversas vezes solicitado para tal».