O 36.º lugar de Rui Oliveira foi o melhor, e único, resultado português nos Europeu de ciclismo que consagraram o belga Tim Merlier campeão europeu de fundo, ao vencer no seu país, impondo-se ao sprint após os 222.9 quilómetros disputados entre Heusden-Zolder e Hasselt.
Numa caótica chegada em massa, Tim Merlier aproveitou sua posição e mostrou o seu poder ao acelerar por fora do grupo principal. Olav Kooij tentou alcançar o belga, mas não conseguiu, ficando com a medalha de prata, enquanto Jasper Philipsen, apesar de sua forte tentativa, perdeu o bronze para Madis Mihkels, que fez uma final surpreendente.
Numa corrida em que Ivo e Rui Oliveira colocaram Portugal sempre em evidência e na discussão dos primeiros lugares, um toque entre ciclistas, em pleno sprint, fez saltar fora a corrente da bicicleta de Rui Oliveira, que ficou completamente presa, impedindo o corredor português de pedalar nas últimas centenas de metros, quando iria ser lançado o sprint.
Foi nessa altura que um toque com o neerlandês Olav Kooij deixou a bicicleta do português impraticável, tendo Rui Oliveira cortado a meta sem poder pedalar, fazendo mesmo a pé as centenas de metros que separavam a meta do parque das equipas, com passagem pela zona mista.
«Estive no grupo que mexeu com a corrida, ataquei nesse grupo duas ou três vezes, ainda consegui recuperar para o sprint, estava mesmo a sentir-me confiante. Sentia mesmo boas pernas. Fiz uma boa aproximação, atrás da Itália. Nos últimos metros apanhei a roda do Philipsen, que vinha por fora, a gastar um pouco. Vi a placa dos 500 metros, percebi que era cedo para arrancar. Esperei um pouco e quando ia na roda do Jasper Philipsen tive um toque do Olav Kooij, bati noutro ciclista e a corrente ‘engelhou-se’. Não consegui voltar a colocar a corrente», lamentou o ciclista português.
Na altura, o campeão olímpico estava bem colocado e em condições de bater-se pelas posições cimeiras, o português acabou relegado para a 36.ª posição, a 10 segundos do vencedor.
As más notícias para Portugal começaram logo pela manhã, com a doença de Iúri Leitão a impedir o campeão olímpico de pista de competir. Mas a Seleção Nacional não desmoralizou e começou imediatamente ao ataque, com Ivo Oliveira a integrar uma fuga de cinco corredores que comandou a corrida durante cerca de 100 quilómetros.
Entretanto, o segundo azar do dia bateu à porta de Portugal. Ivo Oliveira foi vítima de furo, sinalizou a situação, mas o carro de apoio português nunca foi chamado pelo rádio-volta para prestar assistência. Ivo Oliveira foi tentando pedalar, apesar da avaria, mas acabou por ver o grupo dos favoritos distanciar-se até ser alcançado pelo carro de apoio. Foi um atraso irreversível, que ditaria o abandono do corredor.