LEIPZIG — Após a derrota por 1-2 frente ao Leipzig, Rui Borges, treinador do Sporting, fez a análise à partida. Diz o técnico português que o Sporting se ressentiu do golo sofrido, foi superior em quase toda a segunda parte e afirma que os leões precisam de «mais maduros e mais práticos» em lances como o do segundo tento dos alemães. Rui Borges também explicou o porquê de Viktor Gyokeres ter começado novamente no banco e diz que St. Juste, que saiu ainda na primeira parte, foi substituído por «queixas físicas».
— Uma análise ao jogo.
— Devíamos ter sido mais intensos na pressão ao portador da bola, não os deixar ligar como deixámos na primeira parte. Depois de sofrermos o golo, perdemos o equilíbrio, andámos 15 minutos meio desconfiados uns dos outros. Por isso, primeiros 15 minutos da primeira parte muito bons, os segundos, depois do golo sofrido, nem tanto, com essa falta de confiança. Nos últimos 10, 15 minutos voltámos a tomar conta do jogo, a perceber como poderíamos entrar numa segunda etapa de construção e já na fase de criação com mais clareza e superioridade nesse momento. Na segunda parte, entrámos mal nos primeiros cinco minutos, deixámos o Leipzig ter duas abordagens perto da nossa baliza. Depois desses cinco minutos, com as substituições, conseguimos mandar no jogo até ao fim. Criámos, fomos muito pressionantes, fortes em duelos, fomos muito mais capazes. Depois do golo, acabámos por sofrer o segundo golo em que temos de ser muito mais maduros e mais práticos. Temos de perceber que estamos a jogar Champions. Temos de ter essa responsabilidade de perceber que... Com todo o respeito ao nosso campeonato, é muito bom, mas na Champions estão as melhores equipas da Europa. Temos de ser muito mais maduros. Demorámos a tirar a bola, fomos pouco inteligentes e saímos penalizados. Tirando os primeiros cinco minutos da segunda parte, é o único lance em que o Leipzig conseguiu criar algum perigo. Depois, voltámos a ter mais duas, três situações perto da baliza do Leipzig. Não fizemos golos, saímos penalizados por dois momentos de maior desconcentração. Talvez um pouco mais de rigor num ou noutro comportamento, porque já o primeiro golo foi uma falta de comunicação no nosso corredor direito. Deixámos uma marcação solta, à largura, já no último terço e não pode acontecer. Estou feliz pelo que a equipa foi capaz de fazer. Acho que saímos daqui penalizados por tudo o que fizemos, não merecíamos sair daqui com zero pontos. Mas o futebol é isto. É levantar a cabeça e seguir em frente.
— Qual era o plano que trazia para este jogo? Fez um discurso ambicioso na antevisão, mas deixou Viktor Gyokeres no banco, foi gestão física? Depois desta derrota, conta receber algum reforço, nomeadamente para a ala direita?
— O fecho de mercado não está no meu pensamento. Estou preocupado em recuperar toda a gente que está com mais fadiga, que está fora e não pode ser opção. Esse é o nosso maior foco. O que será no mercado, a seu tempo acontecerá, ou não. O Sporting foi ambicioso do início ao fim do jogo, independentemente de estar com o Viktor ou não de início. Foi uma questão de gestão. Já aconteceu no jogo passado. Estamos a falar do melhor jogador do campeonato português e, se calhar, o jogador mais procurado pelas equipas europeias. É lógico que, se estivesse a 100%, toda a gente acharia que ele jogava, não é? O treinador não é nenhum maluco, por isso... [risos] É um jogador que está com fadiga, tem um problema. Estamos a tentar gerir. Aqui, há muito diálogo. Felizmente, como disse na antevisão, o Sporting está muito bem em todos os departamentos. Há muito diálogo, respeitamo-nos muito, há muita comunicação. Nesse sentido, houve muita comunicação comigo, com a parte médica, com o jogador em si. Nessa parte estratégica, queríamos ter o Viktor por algum tempo. O tempo definido foi o tempo que ele jogou, para não agravar o problema e para termos o Viktor no futuro. Podia jogar de início, corríamos o risco de perder o Viktor para muito tempo e não é isso que queremos.
— Quer que aconteça alguma coisa até ao final do mercado? O que aconteceu com St. Juste?
— O St. Juste teve queixas físicas. Aconteceu durante o jogo, é o que é. O futebol é isso mesmo. Entrou o Inácio, entrou muito bem. Nada a acrescentar, foram problemas físicos. Em relação ao mercado, não vou estar a dizer se queria isto ou aquilo. Para entrar alguém, tem de sair alguém. É tão simples quanto isso. O mais importante é sentir que o Dani [Bragança] já entrou mais tempo e deu uma resposta enorme. O Morita, igual. A questão do Viktor, também. Importa-me que todos estejam disponíveis a 100% e é isso que estamos, aos poucos, a conseguir. É esse o meu maior foco. Se estiver toda a gente, vamos ser muito mais fortes dentro daquilo que temos no plantel. Estou feliz por ter toda a gente disponível e espero não perder mais ninguém.