Quando, a 24 de agosto de 2024, os 4.319 adeptos presentes no Estádio Municipal festejaram a vitória do Famalicão diante do Boavista (1-0) – nessa altura foi o terceiro triunfo consecutivo do conjunto que era então orientado por Armando Evangelista e que, nessa data, selava o melhor arranque de sempre do clube no principal escalão do futebol português -, muito longe estariam, por certo, de imaginar que o querido mês de agosto iria demorar uma eternidade a ser replicado: 180 dias.

Afinal, depois disso não mais houve motivos de festa em Vila Nova. Os azuis e brancos entraram numa espiral negativa, como que uma alergia à condição de visitados, e somaram nove partidas sem vencer diante do seu público (seis empates e três derrotas). Mas como não há mal que sempre dure, os (agora) comandados de Hugo Oliveira conseguiram voltar a encher de alegria a indefetível massa associativa do emblema famalicense.

E ainda que a explosão acontecesse apenas na etapa complementar, a verdade é que na primeira parte já o céu poderia estar pintado de azul. Óscar Aranda, Gustavo Sá, Tom van de Looi e Václav Sejk colocaram Kewin em sentido, sendo que, em contraponto, apenas Dinis Pinto e Guilherme Schettine tentaram dar chama aos cónegos.

Havia intensidade, sinal mais dos da casa, faltava o melhor do futebol. Que apareceu, em dose dupla, num curto espaço de tempo. Óscar Aranda combinou entrelinhas com Gustavo Sá, teve arte para tirar Marcelo do caminho com uma finta deliciosa, e, já dentro da área, rematou fortíssimo para o primeiro golo da noite (47’).

Estava consumada a supremacia famalicense, que haveria de ser ainda mais reforçada por um dos aniversariantes do dia: Sorriso – o brasileiro celebrou 24 anos, Yassir Zabiri comemorou 20. O extremo brasileiro fez o que mandam as regras, ou seja, integrou-se em zonas de finalização no momento em que a jogada se desenrolava pelo corredor contrário – recuperação em zona alta de Óscar Aranda, a bola passou por Rafa Soares e, por fim, por Václav Sejk – e atirou de pé esquerdo, no coração da área, para o selo final no dérbi.

O Famalicão chega ao quinto jogo seguido a pontuar e ameaça a primeira metade da tabela. O Moreirense pagou cara a apatia quase generalizada e ainda não está totalmente tranquilo.

Reação dos treinadores

Hugo Oliveira - Famalicão

Foi uma exibição coletiva extremamente competente, rigorosa e disciplinada. Dar esta vitória aos nossos adeptos era algo que já queríamos há muito. Mesmo quando as coisas não aconteciam, este grupo esteve unido e ligado ao processo. Ainda há muito para fazer.

César Peixoto - Moreirense

Deitámos tudo a perder nos primeiros 10/15 minutos. Sofremos dois golos e é inadmissível termos entrado da forma como entrámos. A primeira parte tinha sido encaixada, com a equipa equilibrada e a ter capacidade de ter bola para sair em transição.

As notas dos jogadores do Famalicão:

Lazar Carevic (5), Rodrigo Pinheiro (5), Enea Mihaj (5), Justin de Haas (5), Rafa Soares (6), Tom van de Looi (6), Mathias de Amorim (5), Sorriso (7), Gustavo Sá (7), Óscar Aranda (8), Václav Sejk (7), Mirko Topic (5), Otar Mamageishvili (5), Gil Dias (5), Simon Elisor (-) e Rochinha (-)

As notas dos jogadores do Moreirense:

Kewin (5), Dinis Pinto (5), Marcelo (4), Maracás (4), Frimpong (-), Ivo Rodrigues (5), Lawrence Ofori (4), Alan (6), Pedro Santos (5), Guilherme Schettine (5), Benny (5), Leonardo Buta (5), Rúben Ismael (5), Sidnei Tavares (5), Cédric Teguia (5) e Luís Asué (-)

Notícia atualizada às 23.39 horas