
"Não me vim despedir, vim prestar homenagem a um amigo extraordinário, de fidelidade extraordinária, sempre presente nos maus momentos e que se ausentava nos bons momentos", declarou aos jornalistas, à chegada à Igreja das Antas, no Porto, para o funeral do antigo presidente dos dragões.
De gravata azul, como Pinto da Costa havia pedido, e aplaudido por centenas de pessoas, Eanes prestou tributo "a um líder, estratega, que ajudou o FC Porto, a cidade e sociedade civil do Porto a ser mais coesa, exigente, democrática".
"Mostrou que é sempre possível ter ambição e realizar a ambição, quando se é inteligente, se sabe liderar e se sabe procurar, descobrir, inventar oportunidades", declarou, emocionado.
O universo azul e branco, e o mundo do futebol de forma mais alargada, despedem-se hoje do antigo líder dos dragões, que presidiu ao clube durante 42 anos, até 2024, e que foi também uma figura preponderante na afirmação da cidade e da região Norte.
No final da missa, cujo início, nas Antas, está marcado para as 11:00, o cortejo desce a Alameda a caminho do Estádio do Dragão, rumando daí até ao cemitério Prado do Repouso, no Bonfim, onde o corpo de Pinto da Costa será cremado.
O ex-presidente do FC Porto Pinto da Costa, que se estabeleceu como dirigente mais titulado e antigo do futebol mundial, entre 1982 e 2024, morreu no sábado, aos 87 anos, vítima de cancro.
Pinto da Costa tinha sido diagnosticado com um cancro na próstata em setembro de 2021 e agravou o seu estado de saúde nas últimas semanas, menos de um ano depois da derrota para a presidência do clube, frente a André Villas-Boas.
Empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias depois de ter sido eleito, sem oposição, como sucessor de Américo de Sá, o ex-dirigente exerceu funções durante 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levando o FC Porto à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades - 69 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.