O governo regional de Valência fechou este domingo o acesso a peões e carros particulares em dez das localidades afetadas pelas cheias, num dia em que os Reis Felipe VI e Letizia visitam algumas localidades e foram emitidos alertas de mais chuva, bem como em Almería.

Os Reis de Espanha, acompanhados pelo primeiro-ministro Pedro Sánchez e Carlos Mazón, presidente da Comunidade Valenciana, visitaram zonas afetadas pelo temporal de terça-feira, em que morreram pelo menos 213 pessoas, nomeadamente Paiporta. E a visita terminou da pior maneira, com pedras e lama atirados à comitiva com gritos de 'assassinos'. A referência é à falta de aviso da Proteção Civil a tempo de retirar as pessoas das rua. Depois de tentar falar com algumas pessoas, o rei acabou por suspender a visita. Paiporta regista várias dezenas de mortos.

Sem grande proteção, o Rei foi protegido com chapéus de chuva, e a comitiva acabou por sair do local.

A Rainha Letizia, que a certa altura ficou separada, não conteve as lágrimas.

A Casa Real publicou o seu próprio vídeo, editado, de momentos em que os Reis foram bem recebidos.

O governo limitou acessos para «garantir a mobilidade de todos os serviços essenciais e os trabalhos de emergência» de ajuda e intervenção, incluindo as empresas responsáveis pelo restabelecimento do fornecimento de água, energia e comunicações. Pretende-se dar mais segurança a todas as zonas afetadas e aos milhares de voluntários que se têm deslocado a pé. Ficou assim cortado o acesso a Aldaia, Alaquàs, Pincanya, Paiporta, Sedaví, Benetússer, Alfafar, Massanasa, Catarroja, Albal, Beniparrell e Lloc Nou de la Corona.

Voluntários, incluindo bombeiros de França, têm aparecido para ajudar em tarefas de limpeza ou para levar mantimentos e outros bens, de tal maneira que as autoridades tiveram de criar um centro para reunir voluntários e levá-los de autocarro, para que se evitasse a acumulação de carros particulares.

Há mais de 7000 militares nas zonas afetadas pelas cheias de terça-feira e 10000 elementos da Polícia Nacional e da Guarda Civil, mas há muito a fazer, nomeadamente retirar água e entrar em numerosos parques de estacionamento e garagens subterrâneas. O número de desaparecidos está ainda por definir, mas há relatos de 2000 desaparecidos.