Rúben Amorim realizou esta sexta-feira a antevisão do desafio entre o Sporting e o Famalicão, relativo à nona jornada da Primeira Liga.

Rúben Amorim, treinador do Sporting, esteve presente na sala de imprensa da Academia de Alcochete, de modo a realizar a antevisão do embate entre os leões e o Famalicão, relativo à nona jornada da Primeira Liga.

“Não é só o clube, é uma junção com o estádio, com o ambiente que se vive e com o treinador. É difícil bater as equipas do mister Armando Evangelista e demorámos muito tempo a vencer o Famalicão. Temos tido bons resultados, no ano passado foi um passo importante para a conquista do título e este ano esperamos o mesmo. É uma equipa que tem uma derrota apenas no campeonato, difícil de bater, com jogadores talentosos que gostam destes jogos grandes. Nestes jogos sentem-se confortáveis. Defendem bem, fazem excelentes transições e este ano joga um bocadinho diferente, às vezes com um falso-avançado. Esperamos um jogo complicado, temos alguns jogadores de volta».

Rúben Amorim foi questionado sobre se os regressos de Pedro Gonçalves e Diomande o deixa mais descansado:

«Descansado nunca estou, isto tem acontecido de um momento para o outro. A maior parte delas [lesões] não são musculares. Nunca estamos descansados. O que nos ajuda é não sobrecarregar jogadores. É impossível sermos competitivos jogando sábado, depois temos de vir de uma viagem, jogar para a Taça da Liga. É impossível sermos competitivos sem o plantel todo. O Pote ainda vai demorar a regressar ao ritmo que estava, mas é uma excelente notícia. Precisamos muito do Edwards também, faz-nos muita falta. Nestes jogos de blocos mais baixos sentimos muito a falta dele. E depois os centrais, às vezes jogam campo inteiro homem a homem e é um desgaste muito grande. Mas que estou muito mais relaxado, é normal».

Rúben Amorim abordou festejos efusivos no último jogo, com o Sturm Graz para a Champions League:

«Acho que já tive mais momentos, mas agora foi apanhado pela câmara. Tinha a noção de que era um jogo importantíssimo para a Liga dos Campeões, porque temos agora dois gigantes e isso pode criar desconfiança. Toda a gente olhava como o Sporting favorito e acho que é esse o passo que temos de dar, apresentar resultados quando somos favoritos. Foi uma junção disso. Nunca senti que tinha o jogo controlado, mas acho que o 2-0 matou o adversário. Senti que era um momento importante e ajudou-nos a vencer o jogo».

O Sporting não é bicampeão há 70 anos e só chegou uma vez aos quartos-de-final da Champions League. Sente que a equipa tem condições para fazer história?

«Não sei dizer. Temos essa ambição, mas não sei dizer. E depois, também, já disse que estamos preparados e num nível diferente, mas não quero aumentar a pressão. A ambição é essa, acho que temos capacidade para isso. Precisamos de sorte, competência, sorte nas lesões também. Essa é a nossa ambição. Se o vamos fazer? Vamos esperar pelo fim e não dizer agora nada sobre isso para aumentar a pressão. Queremos ganhar o campeonato, é óbvio. O esforço de toda a gente para manter o plantel foi a pensar em sermos bicampeões, há 70 anos que não acontece. E isso leva-nos novamente à Champions, podemos compensar a parte financeira. Queremos muito fazer história. Se vamos fazer? É deixar correr os jogos».

Pedro Gonçalves pode já ser titular?

«Ele marca em quase todos os sítios… (risos) Pode começar no banco, ser titular, não pode é fazer o jogo todo. Se for titular, terá de sair. É garantido que não fará o jogo todo. Vamos ver se joga de início ou entra depois».

Rúben Amorim confirmou que Marcus Edwards e Eduardo Quaresma são as únicas baixas para o jogo com o Famalicão:

«Sim, são as únicas baixas [Edwards e Quaresma]. Inácio não tem descansado e, na paragem das seleções, não treinou. Sofre dos dois males. Não descansa, e quando parou não treinou. É um equilíbrio difícil. Tem-se sacrificado pela equipa, poderá ser um dos jogadores a sair ou não. Não vou estar a dizer. Matheus Reis está na mesma situação do Pote, não fará o jogo todo. Diomande, como é mais robusto fisicamente, poderá ir a jogo. Vamos ver. Não treinou muito, não tivemos quase treino. Mas temos de olhar individualmente e ele é um jogador bastante robusto e está recuperado».

Rúben Amorim foi questionado sobre se já deu aval à direção para acionar a opção de compra de Bruno Ramos e se está convocado para o próximo jogo:

«A convocatória vão saber amanhã. Em relação ao aval, ainda não estamos nessa fase. Tivemos muitos percalços na equipa principal e, depois, a vida tem algumas coisas. Ele não estava a ser muito utilizado na equipa B e resolvemos chamá-lo. Gostámos dele, as caraterísticas encaixam bem na nossa forma de jogar e é o central da equipa B com mais trabalho de equipa principal. Enquanto não assegurarmos a situação dos centrais, estará connosco. Depois, logo vemos».

Amorim falou sobre o início de época de Debast e gestão do jogador:

«Não fiz nada de extraordinário. Tentei ler o momento do jogador e da equipa. Depois entrou com a lesão do Quaresma. Acreditamos muito nele. Não houve a mínima dúvida, só lá fora, que sempre soubemos o jogador que tínhamos ali. E ele sente isso. Quando tem oportunidade, as coisas aparecem. Acho que está num excelente momento, jogou pela seleção, estava muito cansado neste jogo. Agora todos gostam muito dele porque fintou uma pessoa e fez um passe… Para mim é igualzinho. O erro está ao virar da esquina. Nem por um momento demonstrei alguma dúvida ao Debast que não confiava nele. As coisas assim aparecem mais facilmente».

«Invejado na estabilidade que tenho, em Portugal ninguém tem. No mundo também é difícil encontrar, mas a verdade é que tenho uma estabilidade que nenhum treinador tem. Ganhámos numa altura em que nos deu um aura diferente, mas depois foi-nos permitido errar em muitas situações. Não há nenhum treinador com a estabilidade, a qualidade de trabalho, a capacidade para manter os jogadores… Estou longe de decidir tudo aqui, mas sinto que sou ouvido em todas as decisões. De certeza que sou invejado por todos os treinadores nesse sentido. Mas não vamos passear na Liga, isso é certo. Há oscilação quando nos faltam jogadores, mas não há oscilação na qualidade. Temos uma sequência muito difícil, vai ser duro, mas estamos aqui para vencer», disse também.