Rúben Amorim realizou a antevisão do encontro entre o Sporting e o Manchester City. Partida da 4ª jornada da Champions League.
Rúben Amorim anteviu o duelo entre o Sporting e o Manchester City da quarta jornada da Champions League. Técnico vai despedir-se de Alvalade diante do emblema inglês.
«O Quaresma está convocado, mas tem limite de tempo. O Inácio está fora. Podíamos arriscar, mas não queríamos uma paragem maior. Ele está a sacrificar-se pela equipa. Vamos ver no próximo jogo. No Manchester City qualquer jogador é de classe mundial, alguns recuperados já foram para o banco. Mas é sempre uma equipa muito difícil e prever o que vão fazer é complicado. Acreditamos muito no que temos de fazer e vamos com coragem para vencer», começou por afirmar Rúben Amorim em conferência de imprensa.
«Vamos voltar ao mesmo assunto. Fui a Inglaterra e a Londres conhecer o diretor [do West Ham], nem fui negociar nada, já tinha a decisão tomada, fiquei porque resolvi ficar. O presidente convenceu-me a ficar mais um ano. Eu não posso fazer nada em relação ao que as pessoas pensam, já expliquei porque aceitei, foi o único convite que mexeu comigo», explicou Rúben Amorim sobre a viagem a Londres na época passada.
«Eu falei com o presidente e ele na altura disse-me que tinha a renovação em cima da mesa. Eu falei disso com o Sturm Graz não havia esta situação e a ideia era sair no final da época, acontecesse o que acontecesse. Ele disse-me sempre que tinha a renovação em cima da mesa e que podíamos falar sempre. Ter a renovação em cima da mesa é independente de eu querer sair no final da época», continuou Rúben Amorim sobre o processo pessoal, antes de falar nos cinco anos em Alvalade.
«Em cinco anos tivemos dois plantéis. Desde aí temos o Pote, o Inácio e o Nuno Santos. Não podemos analisar a partir daí. Sinto que sou melhor treinador, mas o Guardiola também o é. Os nossos jogadores agora são melhores que os da última vez que jogámos com o City. Porém, acho que eles estão mais completos e é mais difícil perceber o que vão fazer. vai ser um bom jogo para olharmos para essas nuances. Espero que o resultado seja diferente», destacou Rúben Amorim. O técnico falou ainda da atratividade do jogo em Manchester, quer no lado do City, que vai jogar, quer no lado do United, novo clube do treinador.
«Tenho a certeza que as televisões vão estar, mas eu vou estar como treinador do Sporting. Tenho a noção que vou ser avaliado apenas por este jogo. Tenho noção disso, mas não penso muito nisso, mas sei que vão estar muito atento como jogamos. O meu foco é ganhar o jogo pelo Sporting», frisou Rúben Amorim que falou da decisão.
«Não me arrependo. Raramente me arrependo das decisões. Ainda não tive tempo de sentir saudades, há tanta coisa para fazer. não me lembro de nenhum treinador passar por isto. Mas eu sei que vou ter saudades de tudo, dos jogadores, do clube. Devemos sentir isso perto do fim do jogo e a seguir ao Braga isso vai bater um bocadinho mais do que agora», frisou Rúben Amorim.
«Não me vão ouvir dizer que trocava algum jogador da minha equipa, os nossos são sempre os melhores. O Viktor é extremamente importante. Quando entramos no campo é para vencer, não posso dizer que o empate é bom», garantiu o treinador quando questionado se trocaria Viktor Gyokeres e Erling Haaland.
«Não sei bem se isso ainda acontece. Estamos numa cultura diferente. Imaginem eu e o Conceição a beber um copo de vinho… mas temos de nos habituar à cultura. Contrato? Tudo estava estabelecido no contrato, desde o quarto lugar, as duas partes tinham tudo facilitado, não vou entrar em pormenores», afirmou o treinador do Sporting.
«Estou mais stressado pelo jogo, fico stressado quando não tenho a certeza do que vai acontecer. Sinto-me bastante tranquilo, enquanto o jogo estiver a passar, não sinto nada. Em Braga, perto do final, vamos ver. Vou conseguir manter as emoções. O perfeito é ganhar. Se for ganhar com assobios, eu compro já. Eu quero ajudar os jogadores, ficávamos já com o playoff meio garantido», salientou Rúben Amorim.
«A minha comunicação no começo vai ser mais simples, menos elaborada, é em inglês, dizem que 3 meses chega para aprender. Em relação aos jogadores, eles não vão ficar ofendidos, são bastante mais básicos. Muitas vezes dou os treinos em inglês por aqui. Nesse aspeto não vai haver problema. Vou ter que me adaptar, mas há uma ideia de jogo, de trabalho. A comunicação vai ser mais básica ao inicio e isso será inteligente da minha parte», revelou Rúben Amorim sobre a primeira abordagem em Inglaterra, antes de falar das inspirações.
«Retirei muitas coisas do Guardiola, o De Zerbi, do Jesus, inspiro-me em todo o lado. Olho para os melhores, para os que me identifico, até para outros. O Guardiola foi uma inspiração para nós», destacou o treinador do Sporting.
«O Sporting está preparado para a minha saída. O Hjulmand já o disse. Eles estão preparados. Obviamente que vai ser uma mudança, mas a equipa tem uma maturidade diferente», revelou Rúben Amorim sobre o futuro dos leões.
«Já não treinamos há três semanas, não temos treino. Estamos sempre a recuperar. O Haaland e o Viktor têm características diferentes, houve pormenores que não deram para treinar. Queremos manter a nossa identidade quando tivermos bola. Temos que nos adaptar um bocadinho à forma de jogar, mas isso não tem a ver com coragem. Temos de ter cuidado. Não há nenhum guarda-redes por aqui que tenha metade da capacidade de meter a bola do Ederson. Temos de nos adaptar se queremos retirar algo positivo amanhã, mas com a bola é diferente», vincou o treinador do Sporting.
«São contextos completamente diferentes. Não estou a pensar nesse jogo. A partir de dia 11 vou ser treinador do Manchester United. Porém, sei que vão retirar conclusões deste resultado, mas isso não me importa muito sou treinador do Sporting. Entendo o interesse das pessoas, mas eu agora estou no Sporting. Não tive dúvidas nenhumas, a decisão está tomada, porque é o clube que eu quero, é o contexto que eu quero. Quando decidi, decidi pelo clube que eu quero e não quis mais nada. Eu queria o Manchester United», destacou Rúben Amorim.
«Não posso falar agora em inglês, eles vão ter saudades minha de falar em português. O foco está em ganhar o jogo pelo Sporting. As ilações que vão tirar deste jogo não são importantes para mim. Se o resultado for negativo, as expetativas vão baixar e isso não é mau. O que me interessa é ganhar este jogo, ganhar em Braga e depois começar uma nova fase. Quero deixar os meus jogadores felizes e confiantes», referiu o treinador do Sporting.
«O maior impacto que o Mourinho teve em mim foi na pós-graduação e que se pode ganhar tudo, sendo uma pessoa diferente. Abriu-nos as portas e fez-nos acreditar em nós. O estagio que eu fiz no Manchester United foi importante, mas não pensava em voltar. A vida é muito engraçada», frisou Rúben Amorim.
O encontro tem apito inicial marcado para as 20:00 desta terça-feira, dia 5 de novembro e será arbitrado por Daniel Siebert. O Sporting parte para esta jornada com sete pontos conquistados, os mesmos dos cityzens, no oitavo lugar da tabela.