O Sporting vai enfrentar esta sexta-feira o Vitória SC para a jornada 17 da Primeira Liga. Rui Borges já falou aos jornalistas.
Rui Borges já fez a antevisão ao Vitória SC x Sporting para a jornada 17 da Primeira Liga, jogo que vai ser realizado esta sexta-feira no Estádio D. Afonso Henriques. O técnico dos leões começou por falar sobre o adversário:
«Aos poucos, o treinador vai meter algumas nuances e ideias próprias, numa equipa muito bem trabalhada, com dinâmica forte. Não vamos melhores porque o treinador conhece a equipa. Os jogadores também conhecem o treinador, é subjetivo. Será um jogo bastante difícil. É uma equipa que joga muito bem, com individualidades muito boas. Será um jogo muito difícil, num campo difícil, com adeptos fervorosos. É uma equipa que, até ao momento, só perdeu com o FC Porto, em casa. Será um jogo muito difícil, conhecendo ou não a equipa. Vão acrescentando coisas que não conhecemos, o que nos pode deixar a dúvida, porque, em termos de observação, temos um jogo em função do treinador. Vamos focar-nos mais em nós do que no adversário. No que controlamos, se formos capazes, vamos fazer um grande jogo e sair de lá com uma vitória muito importante e difícil».
Rui Borges recordou a estreia no banco do Sporting, frente ao Benfica:
«Os adeptos estiveram connosco do início ao fim, e foi extraordinário sentir esse calor humano, com a equipa, que é ela que é o ativo mais importante. Levo essa energia que passaram de fora para dentro, jamais esquecerei. Foi uma vitória muito importante. Dormi bem, felizmente, porque estava tranquilo e os jogadores fizeram o que fomos pedindo, mas, no dia seguinte, já estava a pensar no Vitória SC».
Rui Borges foi questionado sobre o mercado de inverno:
«Mais do que preocupar-me com o mercado, tenho de preocupar-me com os jogadores que tenho. Cheguei há pouco tempo e tenho de acelerar processos. Agarro-me sempre aos jogadores que tenho, não me queixo de nada. Nunca me foco nisso, mas sim no que tenho de fazer, que é trabalhar imenso para o que queremos para a equipa. Será difícil, serão semanas intensas ao nível de jogos, é quase só recuperar, e não há muito tempo para metermos o que queremos a 100%. Estou muito mais preocupado no pouco tempo que tenho para trabalhar com eles do que com o mercado. Não me posso desviar com o mercado porque perdemos tempo neste vai e vem. Temos de ser consistentes com aquilo que temos. Se o mercado nos der alguma coisa, ótima. Se não der, ótimo na mesma, vamos com os que temos e seremos muito competentes».
Rui Borges disse que Gonçalo Inácio, Daniel Bragança e Pedro Gonçalves continuam fora. Foi também questionado sobre uma foto de Pote com as chuteiras calçadas:
«São jogadores que estão fora do próximo jogo, é o que me importante, mais do que quando voltam. Que recuperem bem, é nisso que estamos focados, mas, para este jogo, estão fora. Pedro Gonçalves treina, mas não é com a equipa».
Rui Borges deu a sua opinião sobre Eduardo Quaresma (acredita que o jogador pode dar um grande lateral):
«São jogadores com caraterísticas diferentes. Independentemente de o Quaresma ser central de raiz, é um miúdo que tem muitas caraterísticas para ser um grande lateral. É um miúdo que gosta de ouvir, que faz o jogo dele com base nas caraterísticas que tem e dá-nos muito. Estou contente com os dois. O Iván entrou muito bem, o Quaresma fez um jogo muito competente. Defensivamente o Quaresma, é dinâmico e dá velocidade. Olho para ele e acredito que pode ser um grande lateral. Ele tem trabalhado imenso, não esquecendo que também é um grande central. Não o quero tirar desse conforto, mas, neste momento, é muito útil nesse sentido. O Iván também tem trabalhado imenso, tem caraterísticas diferentes, mas estou muito feliz jogando um ou outro».
«Já foi um Sporting à imagem de Rui Borges. Competitivo, intenso. Umas vezes mais, outras menos, faz parte. Acima de tudo, os princípios da parte competitiva têm de lá estar. O futebol é cada vez mais competitivo, intenso, pede mais ações dessas, e temos de estar adaptados a isso. Se não estivermos, não chega a tal inspiração. A atitude tem de lá estar, a intensidade. E eles tiveram-na. O maior desafio para nós é manter essa consistência a nível de intensidade, competitividade e qualidade de jogo, que aos poucos acredito que será melhor. Seremos um grande Sporting», disse também.
Rui Borges foi questionado sobre se está preparado para perder Viktor Gyokeres, em janeiro:
«Estou preparado para o jogo do Vitória SC, é nisso que me foco. Se formos acreditar sempre nas notícias…o futebol é feito disto. Os jogadores têm cláusulas. Enquanto treinador, foco-me no que tenho de trabalhar. É esse o meu foco. Tento ao máximo não me desviar disso porque é a única coisa que controlo. O resto é para a estrutura, para o clube. Foco-me no que temos e no jogo com o Vitória».
Rui Borges foi questionado sobre possíveis saídas no mercado de inverno:
«O meu plano é o trabalho. Claro que queremos sempre os jogadores mais identificados com a nossa ideia, mas vou falar um bocadinho do meu caminho. Adaptei-me sempre ao que tivemos nos clubes. Neste caso, tento adaptar a equipa. E depois, dentro disso, cada um tem as suas qualidades e vai dar coisas diferentes. Mesmo numa ideia de jogo minha. Aquilo que controlo é o meu trabalho. Independentemente de quem entrar ou sair. Estou a falar a sério. Não me preocupo muito com isso porque é perder tempo. O futebol é feito disto e temos de saber conviver com isso. Tenho capacidade de me adaptar e de perceber os contextos, ter a capacidade de ser bom de que forma for».
Rui Borges aponta que não pode houver desconfiança:
«É normal a parte externa criar mais burburinho no sentido de haver o momento menos bom. Eu disse que o Sporting estava em todas as frentes. Não havia causa para eles estarem desconfiados da qualidade da equipa. Foi isso que pedi e eles demonstraram. Mentalmente capazes e felizes. Não podíamos estar mais felizes e otimistas, e os jogadores têm de sentir isso. São campeões e têm de ter isso na cabeça. É porque são bons. E quando as coisas não correrem tão bem, não pode haver desconfiança. Isso é a pior coisa numa equipa de futebol».
Rui Borges foi perguntado como encara este jogo a nível pessoal, uma vez que há pouco tempo estava a orientar o Vitória SC:
«Quanto a mim, é especial porque foi um clube que apostou na equipa técnica do Rui Borges. Onde eu era feliz, com toda a sinceridade, onde o ambiente era muito bom internamente e não só. Acredito que [os adeptos] tenham ficado algo magoados, mas o futebol é mesmo isto. Daquilo que é o carinho interno, tenho um carinho enorme pelos jogadores do Vitória, por toda a estrutura. Ficarão para sempre, independentemente de onde esteja. Percebo o desgosto dos adeptos em verem sair o treinador, mas vão ser bons de igual forma com outro».
Rui Borges falou sobre a corrida ao título da Primeira Liga:
«O principal favorito acaba por ser porque é o atual campeão. De resto, será um campeonato difícil e disputado até à última jornada. Mas também acredito e muito que faremos tudo para ser bicampeões. Mas não podemos baixar a guarda, não podemos deixar de ser competitivos, consistentes. Quem for mais consistente, será a equipa campeã. O meu desafio é fazer com que a equipa o seja. Alguns jogos vão ser muito difíceis e vamos ganhar em pequenos pormenores. O futebol é cada vez mais competitivo».
Rui Borges admite que preferia ficar com Viktor Gyokeres a ir buscar reforços:
«Preferia claramente ficar com o Viktor, é um jogador diferenciado, que está identificado com a equipa e com os colegas. Logo aí já está muito à frente. Não fugimos a essa importância dele. Ter de adaptar alguém à equipa, ao clube. Uns adaptam-se mais rápido, outros menos. O Viktor é um jogador importante e qualquer treinador gostaria de contar com ele até ao fim».
Como espera ser recebido em Guimarães?
«É uma massa adepta diferenciada. Aquilo que mais tenho em mente é que, internamente, serei muito bem recebido. Continuaremos a ter um grande carinho por toda a estrutura. Em termos externos, acredito que uns percebam, outros nem tanto. Vivem muito o clube. Acredito que há malta que não tenha gostado tanto e entendo. Mas para mim, na minha cabeça, está bem ciente o carinho que tenho por eles e pelo clube. É um clube especial. Ter a sorte de treinar no Vitória. Vivo bem com o carinho que tenho e terei, independentemente de haver gente a gostar mais ou menos».
Rui Borges foi questionado sobre se pode garantir que não vai buscar nenhum jogador ao Vitória SC e se tem algum jogador que lhe chame a atenção:
«Há jogadores muito bons no Vitória. Não me importo nada de lhe dizer. Promessas só trabalho, não prometo mais nada. O futebol é feito disso. O Vitória está a fazer uma grande época, principalmente na Europa, mas no campeonato também. Há jogadores muito bons lá, mas não é só para o Sporting, é para qualquer outra equipa. Se algum momento tiver de indicar algum, terei de indicar sem qualquer problema. Promessas só trabalho, o resto é consequência».
«Regresso de lesionados vai ajudar? São jogadores importantes, vai haver mais disponibilidade em termos de soluções em algumas zonas do campo. Nesse aspeto, dará para tornar a equipa mais competitiva e, acima de tudo, mais forte. São jogadores muito bons e que podem dar coisas diferentes aos que jogam neste momento. Quando temos todos, a equipa torna-se muito mais forte. Temos mais soluções, mais qualidades, e acrescentam todos coisas diferentes. Se ajudava tê-los no dérbi? É lógico que, tendo mais jogadores em algumas zonas do campo, podia dar algum conforto. Claro que iam dar mais consistência à equipa», concluiu.