Pontuar frente ao Chile, que está em 'branco' no Grupo III da fase principal, garante à seleção portuguesa o primeiro lugar, uma vez que tem vantagem sobre o Brasil, segundo, e coloca a Alemanha como adversário nos quartos de final.
"Andamos de sonho em sonho. É isso que temos feito nos últimos anos", disse à agência Lusa o central capitão Rui Silva, de 31 anos, um dos 'cérebros' responsáveis por delinear, durante os jogos, as jogadas e a estratégia a aplicar.
Rui Silva reconhece que após a seleção ter alcançado o objetivo a que se propôs, chegar aos quartos de final, ainda tem "o jogo com o Chile para assegurar o primeiro lugar e uma grande oportunidade para fazer um bom resultado".
Formado no Francisco de Holanda e há 10 épocas no FC Porto, após cinco no Sporting, o central afasta para já o objetivo de lutar pelas medalhas, que fica ao alcance caso os 'heróis do mar' superem o seu adversário nos quartos de final.
"Neste momento temos de tirar o foco da medalha e focarmo-nos no jogo que aí vem. Depois, perceber onde estamos e seguir uma nova luta que é óbvio que se passarmos os quartos de final estamos mais perto disso", admitiu Rui Silva.
O experiente central, de 31 anos, reconhece, no entanto, que "não há necessidade de pensar em algo muito à frente", quando a seleção portuguesa tem ainda dois jogos para disputar, no domingo com o Chile e na quarta-feira para os quartos de final.
Rui Silva, ainda a interiorizar o feito histórico que a seleção acaba de alcançar, entrar pela primeira vez nos oito primeiros do Mundial, reconhece que é fruto de muito trabalho e pode ajudar o andebol a ser visto e acompanhado de uma forma diferente.
"Saber que estamos a fazer algo inédito a nível de resultados e ao que diz respeito às pessoas começarem a ver andebol, a gostarem de andebol e a torcerem connosco é algo que nos deixa muito felizes", disse.
Este momento, ainda de acordo com o capitão da seleção Rui Silva, "é fruto do trabalho que a seleção tem vindo a fazer nos últimos anos, e quer continuar a fazer, porque só assim o andebol sai valorizado, se desenvolve e ganha outra força".
O guarda-redes Diogo Rêma, que integra, juntamente com Francisco Costa, a lista de sete nomeados para o melhor jogador jovem do Mundial, considerou também que foi alcançado um feito histórico, mas que o foco está já no próximo jogo.
Diogo Rêma, de 20 anos, que defende as cores do FC Porto, referiu que o próximo objetivo é acabar a 'main round' no primeiro lugar [feito que pode ser já garantido a pontuar com o Chile]" e depois preparar o jogo dos quartos de final.
"[A qualificação] foi um passo dado em frente, porque já está assegurada a melhor classificação de sempre, e a partir de agora só podemos pensar em dar mais passos em frente, sem esquecer que só com trabalho será possível", disse.
Em destaque na vitória com a Espanha (35-29), com 12 defesas e uma eficácia entre os postes de 38%, Diogo Rêma mostrou-se orgulhoso pela nomeação para o melhor jogador jovem do torneio, mas adiantou que isso não lhe tira o foco e que é o culminar do trabalho.
Portugal, com quatro vitórias e um empate, logrou o inédito apuramento para os quartos de final, mandando para casa as candidatas Espanha, Suécia e Noruega, respetivamente segunda, terceira e sexta do último Mundial.
O Mundial de andebol é uma organização conjunta da Croácia, Dinamarca e Noruega e decorre até 02 de fevereiro, terminando em Oslo, com a realização da final e do jogo de atribuição da medalha de bronze.
Portugal, na sua sexta presença da seleção portuguesa em Campeonatos do Mundo (1997, 2001, 2003, quando foi anfitriã, 2021 e 2023), já assegurou a melhor classificação de sempre, superando o 10.º lugar de 2021.
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