Rúben Amorim vai ser o foco principal, esta terça-feira, em Manchester. O próximo treinador do United vai jogar, ainda pelo Sporting, contra o City e na conferência de antevisão falou sobre vários temas relacionados com a sua saída de Alvalade.
Das explicações que ainda ficaram por dar, nomeadamente em relação à viagem a Inglaterra em maio ou as palavras sobre a renovação depois de admitir que já tinha decidido sair, Rúben Amorim, ao seu estilo, não se escondeu de nada.
Rúben Amorim em discurso direto
Viagem a Inglaterra em maio: «Fui a Inglaterra, não para negociar nada, mas para conhecer o dono, apenas. Já tinha a minha decisão tomada. Fiquei porque resolvi ficar. Falei com o presidente e convenceu-me a ficar mais um ano. Se as pessoas pensam que já queria sair... Não posso fazer nada, não vou desgastar-me com isso. Aceitei este convite. A prova de que mexeu comigo é que foi o único que aceitei, portanto... Agora, é pensar no jogo com o Manchester City, e, depois, teremos tempo para falar sobre isso.»
Renovação: «A verdade é que falei com o presidente, que, naquela altura, disse 'Sei que já tens a cabeça decidida, mas tens sempre a renovação em cima da mesa'. Depois, quando falei sobre isso, não havia nada desta situação, e a minha ideia era sair no fim da época, acontecesse o que acontecesse. Se saísse no final da época para casa, diriam que o presidente não fez tudo para renovar comigo. A história foi completamente assim. Quando disse que ia sair, a primeira coisa que o presidente disse foi 'Tens a renovação em cima da mesa. Se mudares de ideias, poderemos sempre falar'. Uma coisa não impede a outra. Ter a renovação em cima da mesa é independente de querer ou não sair.»
Ingleses vão ver: «Sem dúvida. Tenho a certeza disso, mas o meu foco é o Sporting. Vou ser analisado como treinador do Sporting. Será um sucesso, não digo que perder um jogo com o Manchester City seja um falhanço. Agora, tenho plena noção de que vou ser avaliado como treinador apenas por este jogo. Não penso muito nisso, mas sei que vão estar atentos a todos os pormenores do jogo, e, principalmente, o resultado. O meu foco é apenas ganhar o jogo pelo Sporting, mas estarmos cada vez mais perto do playoff.»
Saudades do Sporting: «Raramente me arrependo das decisões. Ainda não tive tempo para sentir saudades. Há tanta coisa para fazer... Não me lembro de nenhum treinador passar por isto, mas sei que vou ter muitas saudades de tudo, do país, dos jogadores, do clube, mas teremos tempo para sentir isso. Neste momento, não dá para sentir nada. Vamos esperar até ao último jogo, aí baterá mais do que agora.»
Saída: «Estava tudo previsto no Sporting, desde o quarto lugar, que valia para os dois lados. Para evitarmos situações de, correndo mal, 'sai ou fica', tínhamos tudo alinhavado para que nenhuma das partes saísse prejudicada, no final da época. Fez parte da renovação. Não vou entrar em pormenores, mas estava preparado.»
Despedida de Alvalade: «Estou mais ansioso com o jogo, stressado, porque tínhamos um plano, mas o Manchester City jogou com o Bournemouth e mudou aquilo tudo. Fico stressado quando não tenho a certeza do que vai acontecer. Em relação à despedida... Estou igual. Sinto-me mais confiante, agora, de consciência tranquila. Não penso em despedida, isso será em Braga. Enquanto o jogo não passar, só existe o jogo. Depois, não sei o que vai acontecer, mas de certeza que vai ser um momento especial. Vou conseguir conter as emoções. Perfeito é ganhar. Se ganhar com assobios, compro já. O importante é ganhar. Quero ajudar os meus jogadores, ficávamos com os playoffs mais ou menos tranquilos e ajudava-me a ir embora. A vitória era a única coisa que pedia.»