![Seleção precisa de mais €500 mil de apoios, federação em «sérias dificuldades»](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Portugal vai marcar presença no Mundial de râguebi na Austrália em 2027 «para ganhar pelo menos dois jogos«, mas precisa de «mais 500 mil euros» anuais de apoio do Estado, calculou o presidente da Federação Portuguesa de Rugby (FPR).
«[Vamos] para ganhar pelo menos dois jogos. É esse o objetivo e vamos ganhar dois jogos», apontou Carlos Amado da Silva, em declarações à agência Lusa, após a seleção portuguesa assegurar o apuramento para a competição este domingo.
«Muito satisfeito pelo grupo», que «merece isto e muito mais», o líder da FPR lembrou, no entanto, que o organismo que dirige teve «um prejuízo de 500 mil euros no Mundial» de França em 2023 e, por isso, deixou esse apelo ao Governo.
«É evidente que vamos precisar de pelo menos mais 500 mil euros», estimou.
Relativamente às contas do último Mundial, Amado da Silva explicou que a FPR já recuperou «alguma coisa» com o apoio dos patrocinadores, mas faltam «350 mil euros» que pagou «de salários aos jogadores» não profissionais e que, por isso, ainda não conseguiu «equilibrar as contas».
A FPR está mesmo «em sérias dificuldades» para suportar os custos da viagem à Roménia, para onde os lobos partem esta terça-feira, para disputarem, no próximo domingo, a terceira jornada do Rugby Europe Championship 2025 (REC25).
«Não é justo que isto aconteça, nós merecemos muito mais. Não estamos a pedir prémios de presença, nada disso. [É para] pagar os salários, que é aquilo a que eles têm direito e nós estamos a pagar. Além de uma preparação condigna, que se justifica mais do que nunca. Vamos ter dois anos para nos prepararmos [para o Austrália2027], precisamos de meios», apelou.
Contas feitas, Amado da Silva estima que a FPR precise de um apoio anual de «dois milhões de euros da parte do Estado», valor que «não é nada de extraordinário».
«Eu percebo que há mais modalidades, mas pergunto: quantas há que tenham ido ao Mundial duas vezes consecutivas, como nós estamos a ir?», questionou.
Segundo o dirigente, que cumpre o segundo mandato à frente da FPR, o apoio do Estado português é «sensivelmente o mesmo que tinha há 10 anos», numa altura em que «nem sequer competia no feminino».
Hoje em dia, tem de dar resposta também «aos diversos escalões de formação do râguebi masculino e feminino, para além das seleções de sevens», pelo que a FPR «não pode ter um orçamento inferior a 4 milhões de euros» e se o Estado «suportar 30%, é razoável».