«Não vamos ficar à espera, vamos atrás do jogo». O mote foi dado por Vítor Bruno, em conferência de imprensa de antevisão ao duelo em casa da Roma [n.d.r: pode ler AQUI], que promete um «dragão» mais audaz.
Do outro lado, no entanto, vive uma Lazio líder e em estado de graça: oito triunfos nas últimas nove partidas, três vitórias na Liga Europa (nove golos marcados e apenas um sofrido) e um desempenho bastante positivo na Serie A (22 pontos, a três do líder Napoli).
Esta é a «nova Lazio» de Lotito - presidente dos Biancocelesti -, que, com Marco Baroni no comando, parece ter conquistado os adeptos, após «algum ceticismo inicial».
Steven Moore - fundador do The Laziali, portal inglês de informação do conjunto da capital -, em conversa com o zerozero, abordou o momento atual da Lazio, da mudança «necessária» com Sarri e revelou os protagonistas deste arranque de temporada.
«A última época de Sarri foi um desastre»
Após 137 jogos pelos romanos, o bancário que virou treinador de futebol [n.d.r: recorde aqui a história] findou o ciclo na Lazio. Um cenário, posto isto, de mudança no emblema italiano (algo que, no FC Porto, também aconteceu).
Para Steven, as táticas de Sarri eram «bastante rígidas» - apesar de ter «corrido bem» no primeiro ano - e «esgotaram» com o tempo.
«Os jogadores começaram a ficar cansados, não só fisicamente, mas também do sistema tático onde estavam inseridos e a última época foi o culminar disso tudo», introduziu ao nosso portal.
«Ciro Immobile, Felipe Anderson, Luis Alberto e Milinkovic-Savic - principalmente estes - andaram a carregar a equipa às costas nestes últimos anos, mas, na última temporada, o meio campo começou a cair de forma, a defesa igual e os maus resultados surgiram. Foi um desastre. Esta época foi a altura certa para a mudança», apontou.
Agora, sim, a mudança. Marco Baroni assumiu a equipa romana - após duas épocas na Serie A (pelo Lecce e Hellas Verona), ainda que, com «algum ceticismo» à mistura - e tem convencido o mundo Biancocelesti.
«A verdade é que muitos adeptos estavam céticos, porque fomos de um técnico muito conhecido e com um grande currículo para um treinador que nunca esteve numa equipa de grande dimensão. Foi uma escolha do Lotito [presidente da Lazio] e do diretor desportivo que acreditaram num treinador que, embora não seja novo, realizou trabalhos interessantes e pouco valorizados. É um daqueles casos que, ou corre muito bem, ou corre muito mal», explicou.
«Até ao momento, parece estar tudo a dar certo: os titulares/suplentes estão todos a entrar no espírito, a mensagem do treinador está a passar, as táticas têm resultado, a atmosfera é boa... tem sido tudo muito positivo. Aliás, se dissesses a algum adepto da Lazio que iríamos estar a três pontos da liderança - na Serie A -, à 11ª jornada, ele diria que estavas maluco», referiu.
Para além do bom momento a nível interno, a Lazio tem sido a melhor equipa na Liga Europa. Algo que, no entanto, «não entusiasma» Steven.
«Na Europa está tudo a correr bem, mas um período menos positivo vai acabar por chegar, mais tarde ou mais cedo. Até porque não temos um plantel preparado para competir em tantas provas. O objetivo é chegar o mais longe possível, sem criar grandes expectativas.»
«Boulaye Dia tem sido a chave no sistema de Baroni»
Para o jornalista, o principal ponto positivo da chegada de Baroni é muito simples: a valorização de jogadores. Para além da «explosão de Nuno Tavares», o técnico italiano tem conseguido retirar o melhor de vários jogadores.
«O Pedro Rodríguez, por exemplo, já ultrapassou os registos da época transata, o Taty Castellanos, que estava na sombra do Immobile, também tem conseguido subir de nível. Mas tudo - na minha opinião - por causa do Boulaye Dia. Ele tem sido a chave no sistema de Baroni.»
«É o principal elemento de ligação entre o meio campo/ataque e a sua experiência - à semelhança do Pedro - tem sido fundamental no contexto europeu. Ele até chegou para ser o segundo avançado na hierarquia, até porque foi uma contratação tardia, mas adaptou-se muito rápido», continuou.
«Ainda para mais chegou a um clube com mais responsabilidade/pressão. Tem sido o jogador que mais vezes desbloqueou jogadas de golo. Seria crucial o FC Porto conseguir esconder o Dia do jogo», finalizou.
O avançado do Senegal, refira-se, leva oito golos e três assistências esta temporada.