As últimas 72 horas foram de espera em torno do Sporting. Parecia uma questão de tempo até sair João Pereira e entrar Rui Borges, sensação que agora se confirmou. Oficializado o despedimento do mais efémero técnico leonino do século XXI, agora está anunciado o seu sucessor.

Rui Borges, de 43 anos, natural de Mirandela, é o terceiro dono do banco dos campeões nacionais em 2024/25, após João Pereira e Ruben Amorim. Troca o Vitória SC por Alvalade e terá uma estreia de fogo. Três dias depois de rumar a Lisboa, virá o dérbi contra o Benfica, em Alvalade.

Assina até 30 de junho de 2026, “prorrogáveis até 30 de Junho de 2027, em função da obtenção de objectivos desportivos ou por opção da Sporting SAD”, pode ler-se no comunicado enviado pelos leões à CMVM, onde confirmam também o pagamento de 4,1 milhões de euros ao Vitória para a libertação do treinador e da sua equipa técnica.

O transmontano protagonizou uma discreta carreira como jogador. O nível mais alto em que atuou foi a II Liga, no Trofense, mas apenas em sete partidas da época 2007/08. De resto, a maior parte do seu percurso foi em escalões mais baixos, defendendo emblemas como o Bragança ou o Mirandela.

A carreira nos bancos já é bastante mais-bem sucedida. Começou, em 2017/18, no clube da sua cidade, terminando a sua série no Campeonato de Portugal em quarto lugar. Um bom começo de temporada seguinte valeu-lhe o salto para a II Liga, pela porta do Académico de Viseu. O ponto alto nos viseenses foi chegar às meias-finais da Taça de Portugal em 2019/20.

De Viseu foi para Coimbra, aterrou na Académica. Nos estudantes terminou a II Liga de 2020/21 na quarta posição, a três pontos das posições de play-off de subida. Um mau começo de 2021/22 valeu-lhe a saída, retomando a carreira no Nacional da Madeira, onde terminou a II Liga de 2021/22 no sexto posto. Em 2022/23, voltou a dividir a época entre dois clubes da segunda divisão, primeiro no Vilafraquense, depois no Mafra.

Após conseguir o salto do terceiro escalão para o segundo, na época passada deu-se o salto do segundo degrau rumo à I Liga. Em 2023/24, guiou o Moreirense a uma campanha histórica, terminando em sexto lugar, o que igualou a melhor classificação de sempre dos cónegos, somando 55 pontos, um recorde para o clube.

Diogo Cardoso

Esta temporada deu-se outro salto, com a estreia europeia. Borges foi contratado pelo Vitória SC, guiando os vimaranenses a uma campanha histórica na Liga Conferência.

O Vitória foi a primeira equipa portuguesa a passar as eliminatórias de apuramento para a terceira competição continental. Deu continuidade ao bom rendimento na fase de liga da prova: nunca uma equipa portuguesa ganhara oito jogos seguidos na Europa.

No total, o conjunto de Guimarães já realizou 12 partidas nesta Liga Conferência, com 10 vitórias e dois empates, tendo seguido para os oitavos de final como o segundo classificado da fase de liga, apenas atrás do Chelsea.

Na I Liga, o Vitória está no sexto lugar, com seis vitórias, cinco empates e quatro derrotas. Foi eliminado nos quartos de final da Taça da Liga pelo SC Braga e está nos oitavos de final da Taça de Portugal.

Em 2017/18, Rui Borges começou a carreira de treinador no terceiro escalão nacional. A estreia na II Liga deu-se na temporada seguinte, a chegada à I Liga produziu-se em 2023. Em 2024, debutou na Europa e, mesmo às portas de 2025, chega ao comando técnico dos campeões nacionais.

O arranque do transmontano é de alto nível de exigência: o primeiro jogo será contra o Benfica, o segundo será o regresso a Guimarães e o terceiro o clássico frente ao FC Porto, para a Taça da Liga. Ao quinto embate, a 22 de janeiro, Rui Borges fará a estreia na Liga dos Campeões, em Leipzig.