Morita é um dos jogadores mais acarinhados pelos adeptos. O japonês conquistou os sportinguistas pela humildade e depois do mea culpa que fez publicamente após exibição menos conseguida diante do Manchester City, com um erro que valeu golo dos ingleses, logo aos quatro minutos, levou os sportinguistas a acarinhar o médio com inúmeras publicações nas redes sociais. 

A BOLA falou com Daniel Ramos, que trabalhou com Morita no Santa Clara, de onde o médio deu o salto para o Sporting, que destacou precisamente a humildade como algo intrínseco do jogador: «Digo que, daquilo que convivi com ele, faz parte da exigência que ele tem para com ele próprio. Em todo o jogo estava sempre a tentar perceber se  fazia alguma coisa de errado e queria sempre fazer mais, mais e mais. Portanto, a reação dele após o jogo com o City é perfeitamente natural, não me surpreende.»

«É muito exigente com aquilo que faz, cobra-se bastante do erro, não festeja muito quando faz as coisas, até é muito contido, mas faz parte da personalidade dele e até da cultura», acrescentou. E até deu um exemplo: «Uma coisa que  admirei é que ele tenta aperfeiçoar logo de seguida em relação àquilo que errou, nomeadamente em termos de passe, algo que ele tinha muito cuidado, para ele estar satisfeito a percentagem de passes dele tinha de ser muito alta.»

O que também não surpreende o treinador é a evolução de Morita: «Ele já apresentava um nível muito alto no Santa Clara, era para mim um dado adquirido, cheguei a dizer-lhe que o via em patamares mais elevados, podia representar um grande em Portugal ou então no estrangeiro. E veio a confirmar-se.»

E prosseguiu: «Vejo-o mais completo, capaz de, por exemplo, fazer coisas que ele no Japão não fazia e no Santa Clara dava indícios de o fazer e fê-lo às vezes, que era quebra de linhas entre a passar em zonas mais adiantadas para um 6, isso é fora do vulgar, a não ser que o treinador lhe dê liberdade, a jogar com dois médios ele era, na maioria das vezes, quem tinha mais equilíbrio e menos liberdade de ação. Ele tem isso no Sporting, e  veio demonstrar que está preparado, é um jogador que salta mais e entra em zonas de finalização com mais frequência. E isso para mim é um dado que acrescenta mais-valia no jogo dele. Porque pode fazer a posição 6, pode fazer a segunda posição, que é o segundo médio e poder saltar mais, dando polivalência à posição e mais opções ao treinador. E com isso também ganhou a possibilidade de fazer golos e assistir.»

«ESTÁ NUM GRANDE CLUBE, E FELIZ, MAS...»

A Liga dos Campeões é a grande montra e a boa prestação do Sporting está a ter coloca mais olhares na equipa. «Está num grande clube e feliz, por aquilo que demonstra. Mas quem sabe? A Champions é vista em todo o mundo e tem havido muitos casos de sucesso de jogadores a sair de cá para clubes de maior nomeada, e ele não foge à regra», concluiu Daniel Ramos.