Stuart Baxter, treinador do Boavista, fez este sábado a antevisão à receção ao Sporting (amanhã, 20H30), e não fugiu à sua expressão de "estacionar o autocarro" para travar Gyökeres.

Travar Gyökeres com autocarros: "Estava a falar com um jornalista sueco e na Suécia adoram a expressão 'estacionar o autocarro', porque a seleção da Suécia tem estado a estacionar o autocarro há muito tempo e a ganhar jogos. Eles gostam dessa analogia. Temos de conquistar pontos e acho que só estacionar o autocarro não chegará para travar o Sporting. Penso que  Gyökeres é um jogador excelente e se estiver perto da nossa baliza durante 90 minutos, provavelmente vai marcar. Temos de defender bem, não só à frente da baliza, mas também mais acima no campo, e temos de ser uma ameaça. Não podemos apenas defender. Treinámos muito para os tentar impedir de jogar e para ser uma ameaça. Sem revelar táticas, penso que não podemos chamar a isso 'estacionar o autocarro'. Os suecos adoram isso, mas penso que não teria sucesso."

Impacto da vitória: "Tivemos uma boa performance contra o Farense, especialmente perante as circunstâncias. Tive mais uma semana de trabalho com os jogadores e seria uma loucura dizer que estou confiante numa vitória, mas eu percebo futebol e o futebol é sobre sonhos, paixão e possibilidades. Sabemos que o Sporting é uma grande equipa, caso contrário não estariam na posição em que estão, que têm jogadores de qualidade, que têm um bom treinador e serão um adversário muito difícil. Isso significa que será impossível? Não. Penso que todos os jogadores no Boavista acreditam que podemos surpreender. Faremos tudo o que pudermos. Sei que o treinador deles disse que vamos lutar e dar a nossa vida e vamos mesmo fazê-lo. Se fizermos isso, não podemos pedir mais. Será um jogo difícil, mas eu sou treinador e como treinador quero jogar jogos difíceis e importantes. Vamos dar tudo o que temos."

Final com o AVS SAD após este jogo implica poupanças? "Percebo a pergunta, mas temos de viver no presente. O jogo com o Sporting é muito importante para nós. Temos oito dias para recuperar e treinar, pelo que não precisamos de poupar ninguém. Faremos tudo para conquistar pontos. Se tivermos sucesso, fantástico. Se não conseguirmos, é importante levarmos energia positiva para o próximo jogo. Faremos tudo para conseguir um bom resultado contra o Sporting."

Ausência do capitão Seba Pérez: "É o capitão e um jogador de grande nível. Fará falta, mas isso dará a oportunidade a outros para se tornarem heróis. Temos os jogadores que temos e é o meu trabalho dar-lhes um plano de jogo que lhes dê uma hipótese. Não nos queixamos do tempo, das lesões, dos castigos, dos árbitros, só temos de estar no presente, dar tudo o que temos e ser confiantes".

Que atmosfera espera no Bessa? "Este é um estádio que foi construído para futebol. Hoje há muitos estádios que são construídos não só para futebol, como para concertos e espetáculos, mas este é um verdadeiro estádio de futebol. Um jogo entre Boavista e Sporting é também um verdadeiro jogo de futebol, portanto estou muito entusiasmado para a partida."

Nesta fase, a mentalidade é tão importante como as táticas? "Exatamente. Podemos preparar um plano de jogo, mas se os jogos não estiverem frescos fisicamente e se não acreditarem mentalmente, esse plano de jogo não vale de nada. Tem de estar tudo interligado. Não é fácil jogar com a 'corda na garganta', porque contra o Farense nós não jogamos com bolas longas, não jogámos um futebol simples, nem fomos demasiado agressivos. Jogámos de uma forma bastante técnica, em espaços curtos e para fazer isso é preciso ser corajoso. Ser corajoso na nossa situação não é fácil e os jogadores estiveram muito bem. Continuamos com a 'corda na garganta', mas de certa forma o Sporting também, porque precisam dos três pontos, mas nós queremos jogar um futebol confiante, atrativo e que entusiasme os nossos adeptos, apesar da situação."

Lesões de Kurzawa e Vukotic: "São lesões graves, portanto se voltarem antes do final da época já será bom."