Tadej Pogacar sobressaltou o mundo do ciclismo ao publicar, na última segunda-feira, nas suas redes sociais, um vídeo de um treino no célebre Trouée d'Arenberg, um dos setores de piso empedrado mais emblemáticos da clássica Paris-Roubaix. A divulgação do filme foi entendida desde logo como eventual intenção de o esloveno se estrear no monumento francês, que não tem prevista no seu programa de competição de 2025. 

Pogacar limitou-se a publicar o vídeo, sem comentar, mas a sua equipa, UAE Emirates, não tardou a vir a público tentar esclarecer a presença do seu corredor no percurso do Inferno do Norte. O diretor desportivo da formação dos Emirados, Fabio Baldato, declarou que o treino do campeão do Mundo nalguns dos setores de pavés da Paris-Roubaix integrou-se num fim de semana de trabalho de preparação das clássicas do norte da Europa há muito tempo previsto.  

Pogacar treinou como seu colega de equipa Tim Wellens, e no sábado (dia 8) terá feito o reconhecimento dos troços mais importantes do percurso da Volta a Flandres, a que regressará esta temporada, e no dia seguinte, domingo, acompanhou o belga, com idêntico objetivo de avivar a memória dos setores de pavés da Paris-Roubaix, e não apenas uma passagem no Trouée d'Arenberg, como explicou Baldato à Gazzetta Dello Sport. 

 «Já tínhamos planeado este fim de semana no Norte, em dezembro, durante o estágio da equipa em Espanha», explica o responsável italiano, que acompanhou os seus corredores neste reconhecimento Pogacar. 

«Tim Wellens também esteve presente, mas António Morgado e Nils Politt não puderam comparecer devido a problemas físicos», explica Baldato. 

No traçado da Volta a Flandres, Pogacar e os seus companheiros passaram pela ligação Oude Kwaremont e Paterberg, que é geralmente decisiva para a corrida belga, e no domingo foi a vez de vários setores da Paris-Roubaix, e não apenas o terrível troço florestal de Trouée d’Arenberg.  

«Foi mais um treino intenso, com cerca de 165 km. Entrámos no percurso 2 km antes do primeiro troço de pavé e percorremos todos, incluindo os outros que são classificados com cinco estrelas [n.r.d.: a organização da clássica classifica os setores de empedrado, segundo o grau de dificuldade, de 1 a 5], como Mons en Pevélè e Carrefour de l’Arbre, e as pequenas alterações antes de Arenberg [num total de 58 km em estradas de empedrado]. Tentámos terminar no velódromo de Roubaix, mas estava fechado e não entrámos», contou ainda Fabio Baldato. 

 «Tadej [Pogacar] estava entusiasmado, como sempre. Divertiu-se. É um corredor completo, mas nunca vi um ciclista com as suas características andar tão depressa mesmo no pavé...», conclui o diretor desportivo da UAE Emirates.