Alfred Gislason, que prevê um jogo equilibrado na Unity Arena, em Oslo, destacou ainda a força do coletivo luso, quer a defender quer a atacar, mencionando ainda, para além de Martin e Francisco Costa, Salvador Salvador e Rui Silva.
"Portugal tem bons jogadores e vai causar problemas, quer no ataque quer na defesa. Tem feito um torneio espetacular, com uma seleção equilibrada, que mistura experiência com juventude, tal como a Alemanha, e as hipóteses são de 50/50", defendeu.
O central Luca Witzke destacou também a técnica individual dos irmãos Costa, que juntos somam 69 golos, mas apontou também o coletivo da seleção portuguesa como a sua principal força, que a seleção alemã vai ter que contrariar.
"Portugal tem uma mentalidade muito forte, um espírito combativo enorme, joga de uma forma agressiva, no bom sentido, e tem uma defesa compacta, que a torna difícil de ultrapassar", disse Luca Witzke.
Ainda de acordo com o central, a missão da Alemanha para quarta-feira consiste em contrariar essas características, pois também possui bons jogadores, pelo que antevê um jogo emotivo.
O central Juri Knoor, a recuperar de uma gripe que o tem limitado, ainda não está a 100 por cento e constitui motivo de preocupação para Alfred Gislason, que espera contar com ele "em alguns minutos alternados, mas nunca para o jogo todo".
No último jogo da 'main round', em Herning, na Dinamarca, a Alemanha conquistou a vitória mais folgada ao vencer por 31-19 a Tunísia, numa partida em que o treinador Alfred Gislason não pode contar com alguns jogadores e fez descansar os mais utilizados.
Com o central Juri Knorr e o ponta Rune Dahmke ainda afastados devido a uma gripe e o lateral Franz Semper a falhar o resto da competição devido a uma lesão, a Alemanha teve que se contentar com apenas 14 jogadores frente à Tunísia.
Alguns deles, como o guarda-redes Andreas Wolff, os laterais Renars Uscins e Julian Köster e o pivô Johannes Golla estiveram completamente descansados e mantiveram-se no banco durante todo o jogo.
O guarda-redes alemão David Späth brilhou entre os postes e terminou o jogo com 21 defesas, correspondentes a uma eficácia de 53%, e Marco Grgic esteve imparável na finalização e foi o melhor marcador do encontro com 11 golos.
Por três vezes campeã mundial, a última das quais em casa, em 2007, a Alemanha é presença constante em fases finais e apontada como candidata ao pódio, mas ainda procura a primeira medalha desde que há 18 anos ergueu o troféu.
Até ao momento, a seleção germânica falhou apenas dois Mundiais, em 1990 e 1997 - eliminada por Portugal na qualificação - e, recentemente, terminou em quinto em 2023, na Polónia e na Suécia, em 12.º em 2021, no Egito, e em quarto em 2019, edição que organizou com a Dinamarca.
O ano de 2024 foi um bom para a Alemanha, com algumas exibições fantásticas, já que Alfred Gislason, o atual treinador, que assumiu o cargo em 2020, conseguiu criar uma equipa bem disciplinada, que consegue destacar-se no ataque e ser forte na defesa.
No Euro'2024, em casa, a Alemanha terminou em quarto, alternando boas exibições com fracas, algumas das quais em momentos decisivos do campeonato, muito por culpa da falta de experiência internacional de alguns dos seus jovens jogadores.
Isto foi corrigido alguns meses depois, nos Jogos Olímpicos Paris'2024, quando a Alemanha perdeu apenas dois jogos no caminho para a medalha de prata, na final ganha pela Dinamarca (39-26), e igual o seu melhor desempenho em Atenas'2004.
A Alemanha terminou o Grupo A da fase preliminar invicta, com triunfos frente à Polónia (35-28), Suíça (31-29) e República Checa (29-22) e qualificou-se para os quartos de final na segunda posição do Grupo I, com uma derrota frente à Dinamarca (40-30) e vitórias com a Itália (34-27) e a Tunísia (31-19).
O guarda-redes Andrea Wolff, que integrou a equipa ideal do Mundial'2023, na qual o seu compatriota Juri Knorr foi distinguido com o melhor jogador jovem, é uma das bandeiras dos germânicos, que em 2027 vão receber o Mundial.