Têm sido dias difíceis para os adeptos do FC Porto. Depois de terminado o clássico estava a espera que André Villas-Boas se chegasse à frente e colocasse um ponto final na caminhada de Vítor Bruno no comando técnico dos Dragões.
Apesar de manter a confiança da estrutura, o treinador portista perdeu, claramente, o apoio da massa associativa e foi mesmo alvo de lenços brancos no estádio e insultos na chegada à cidade Invicta após o jogo.
A vida não vai ser fácil para o ex-adjunto de Sérgio Conceição e, se a equipa já se sentia pressionada com assobios e com o descontentamento dos adeptos, a pressão vai ser mais elevada e não acho que o atual treinador tenha capacidade para aguentar a pressão.
Em primeiro lugar, nota saber que os Dragões não estão a realizar uma época má. Com a vitória na Supertaça, os portistas também estão em jogo em todas as competições. Apesar disso, e tirando o milagre do jogo em Aveiro, os azuis e brancos não ganharam um único encontro contra adversários teoricamente mais equilibrados.
Derrota na Noruega mesmo a jogar com vários minutos com +1 jogador, derrota previsível e sem contestação em Alvalade, empate no Estádio do Dragão contra o Manchester United também com +1 jogador e, mais recente, a derrota mais pesada do FC Porto contra o Benfica nos últimos 60 anos.
Para mim, enquanto sócio e adepto do FC Porto, esta “amostra” contra equipas equilibradas significaria o fim da linha para o treinador. Contudo, não é assim que pensa a SAD portista.
Deixo alguns nomes livres no mercado, acessíveis para os cofres portista e que aceitariam de bom grado assumir a liderança da equipa principal do FC Porto.
Daniel Sousa
É o primeiro nome que me ocorre quando penso em sucessores. Trabalhou com André Villas-Boas durante mais de dez anos, sobretudo no papel de treinador-adjunto.
Conhece bem o clube depois da grande época em 2010/2011, é nortenho à semelhança de alguns treinadores bem-sucedidos no FC Porto, é um treinador jovem, bastante promissor, com um modelo de jogo vincado e, curiosamente, adepto da abordagem tática atual dos Dragões (4-2-3-1) mas com dinâmicas diferentes.
Teve bastante sucesso em Arouca o que fez com que António Salvador o recrutasse para SC Braga. Contudo, o arranque mediano da equipa bracarense e o amor de António Salvador por Carlos Carvalhal, deixou Daniel Sousa livre no mercado.
Luís Castro
Outro nome disponível no mercado e conhecedor profundo do futebol português e do FC Porto é.
Depois da experiência menos conseguida na Arábia e das passagens bem-sucedidas pelo Brasil, Ucrânia e Portugal, acredito que Luís Castro visse com bons olhos o regresso aos azuis e brancos para se singrar campeão no clube que lhe “abriu” as portas.
É um líder conhecido por apostar na formação e por saber desenvolver jovens jogadores. Tem a vantagem de conhecer muito bem o campeonato português e o clube, sem precisar de grande período de adaptação.
Álvaro Pacheco
É a minha sugestão “à Sérgio Conceição”. Um homem do Norte, com pouco filtro no discurso e que vive de forma muito intensa o futebol, passando essas características para as equipas que por ele são treinadas.
Colocou Vizela no mapa do futebol português e implementou um futebol bastante atrativo no Vitória, em Guimarães. Tudo isto antes da passagem desastrosa pelo Vasco da Gama no Brasil.
Outros possíveis nomes
Nomes como Vítor Pereira, Leonardo Jardim, Marco Silva e até mesmo Abel Ferreira também seriam excelentes opções a serem equacionadas.
Contudo, acredito que nenhum dos quatro estejam disponíveis para regressar a Portugal, sobretudo por questões monetárias ou por já serem “maiores” que o futebol português. Já para não falar em nomes estrangeiros como Gallardo, Sampaoli ou Gasperini.
Tirando Bobby Robson, não é muito comum o FC Porto apostar em treinadores estrangeiros com créditos firmados. Acredito que o próximo sucessor de Vítor Bruno, a acontecer no final da época, é um dos três primeiros nomes mencionados no artigo.
É só uma questão de tempo.