A segunda parte do FC Porto

“A primeira parte parece-me boa da equipa, primeiros 25-30 minutos a controlar e a dominar, a ser ousado na forma com crescia para a pressão, a ter dois ou três lances para poder finalizar com outro critério, mas para haver golos é preciso enquadrar remates na baliza. Não enquadrámos. Temos o lance do Nico e do Mora para fazermos golos, não fizemos, depois na parte final o Sporting acerca-se um bocadinho da nossa baliza, sem grande perigo é verdade, mas aproximou e nivelou um pouquinho o jogo.

A segunda parte fica muito condicionada pelo golo numa fase ainda muito precoce, depois tentámos injetar a partir de fora com injeções a partir do banco, crescemos um pouquinho nos últimos 25 minutos, começámos sobretudo a flanquear mais o jogo com o João Mário e do Zaidu, metemos dois avançados na frente para podermos criar alguma mossa na parte final, mas também não criámos um lance de claro perigo. O Sporting deu-me ideia de ter algum conforto a controlar a zona frontal da baliza. É preciso, às vezes, fazer o exercício no balneário de que temos de ser mais acutilantes e, se calhar, dar um bocadinho mais do que aquilo que estamos a dar.”

Fazer substituições antes do golo teria ajudado?

“Isso é especular com aquilo que podia, ou não, acontecer. É verdade que a intenção estava lá, sentimos que a equipa estava muito encolhida atrás, queríamos lançar mensagens para dentro do campo que os jogadores acabam por perceber porque diariamente são trabalhadas. Coincidiu com o golo sofrido, mantivemos o que tínhamos previsto, entrar o Fábio e o Zaidu e, depois, com o Ivan e o João Mário, tentámos canalizar jogo exterior, percebemos que o espaço estava mais fora do que dentro.

Fomos tentando, a equipa cresceu em dimensão ofensiva, instalou-se no meio-campo adversário, obviamente sujeita a um ou outro momento de transição porque o Sporting tem um avançado superpoderoso a atacar a profundidade. Mesmo assim controlámos relativamente bem, o Sporting não teve nenhum lance claro de golo. O jogo foi dividido no total, resolvido no detalhe.”

É o terceiro clássico que o FC Porto perde esta época

“Faz-me sentir que temos de perceber no balneário que temos de dar passos em frente. Em competições a eliminar é preciso olhar com outro rigor, com outros olhos, perceber que temos de dar passos em frente na nossa atitude competitiva. Estes jogos resolvem em detalhes, o Sporting resolveu num momento precoce da segunda parte e, depois, lidou muito bem com a vantagem. A nós não serve de conforto termos feito uma exibição melhor do que as anteriores, no campeonato, contra Benfica e Sporting.

É olhar para a frente, canalizar muito o nosso pensamento para o jogo do Nacional, o que vem aí no campeonato, foco no que é o objetivo principal. Perdemos este objetivo, acabou, agora é olhar para o campeonato.”

Já está fora das duas Taças

“É um clube ganhador, que nasceu para ganhar, temos de ir atrás do campeonato agora.”