O CEO da McLaren, Zak Brown, reavivou os apelos para que a FIA adote comissários de corrida a tempo inteiro para a temporada de Fórmula 1 de 2025, citando “demasiadas inconsistências” durante a campanha de 2024. Os seus comentários surgem na sequência de decisões controversas que afetaram pilotos de alto perfil, incluindo Lando Norris e Max Verstappen, e reacenderam o debate sobre os padrões de arbitragem do desporto.


Demasiados Momentos Controversos em 2024

A frustração de Brown decorre de incidentes como:

  • Grande Prémio dos Estados Unidos: Norris recebeu uma penalização de cinco segundos por sair da pista e ganhar uma vantagem, o que a McLaren contestou veementemente.
  • Grande Prémio do México: Verstappen foi penalizado duas vezes numa volta, acumulando 20 segundos de penalizações.
  • Grande Prémio do Qatar: Os comissários emitiram sete penalizações durante a corrida, gerando críticas de pilotos como George Russell sobre a comunicação pouco clara por parte dos oficiais de corrida.

Russell apontou que o novo Diretor de Corrida, Rui Marques, não conseguiu indicar uma aplicação mais rigorosa antes do Qatar, destacando a falta de previsibilidade na aplicação de penalizações.


Apelo de Brown à Reforma

Falando ao Channel 4, Brown foi direto na sua crítica:

“Acho que precisamos dar um passo atrás neste inverno. Temos demasiadas penalizações, temos demasiadas inconsistências. Acho que todos reconhecemos que precisamos de fiscalização a tempo inteiro. Não culpo os fiscais, mas não acho que eles estejam preparados para ter sucesso.”

Brown acrescentou que o sistema atual sobrecarrega os fiscais a tempo parcial, deixando espaço para decisões subjetivas e inconsistência.


Desafios à Fiscalização a Tempo Inteiro

O Presidente da FIA Mohammed Ben Sulayem já expressou anteriormente relutância em implementar fiscais a tempo inteiro, citando restrições orçamentais. Atualmente, os fiscais são apenas reembolsados pelas despesas, tornando a perspectiva de uma equipa dedicada financeiramente desafiante.

No entanto, os comentários de Brown alinham-se com os de Russell, que argumentou em outubro:

“Quando as coisas dependem de interpretação, os mesmos fiscais semana após semana trariam melhor consistência porque estão a interpretar as coisas da mesma forma.”


“Over-ruled” Racing

Brown também criticou a sobre-regulação das corridas, sugerindo que a F1 precisa adotar uma abordagem mais discricionária:

“Temos sobre-regulado, tipo, tudo—portanto agora, é literalmente a corrida para o ápice. Precisamos de um pouco de bom senso ao aplicar estas penalizações.”


O Caminho a Seguir

Enquanto a FIA continua hesitante, o crescente clamor por reforma de figuras-chave como Brown e Russell aumenta a pressão para abordar a situação antes da temporada de 2025. À medida que as apostas na F1 se tornam mais altas, a arbitragem consistente e transparente continuará a ser uma questão polémica para equipas, pilotos e fãs.

Se a FIA conseguirá conciliar a demanda por uma melhor arbitragem com limitações financeiras permanece por ver. O que é claro, no entanto, é que os apelos por mudança estão a crescer em volume, e a integridade do desporto pode depender de como eles respondem.