As perspetivas dos hotéis a nível nacional para 2025 são “positivas”, e 56% antecipam que as receitas sejam “melhores ou muito melhores” que no ano passado, que foi “o melhor de sempre”, de acordo com um inquérito promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), sobre balanço de resultados e previsões para o corrente ano, que decorreu em janeiro.

Este ano, uma esmagadora maioria de 73% dos hotéis espera um atingir um aumento no preço dos quartos vendidos, segundo os resultados do inquérito da AHP. Esta previsão de “crescimento em valor” verifica-se já no primeiro trimestre, que em 2025 exclui o pico da Páscoa, ao contrário do ano passado.

“Apesar de 43% das unidades preverem um primeiro trimestre igual ao de 2024 em ocupação e 17% até pior, 64% espera melhor preço médio, o que significa que nem a perspetiva de menor ocupação faz sacrificar o preço”, nota Cristina Siza Vieira, vice-presidente da AHP.

À margem das perspetivas positivas para 2025, os hoteleiros também reportaram neste inquérito desafios e constrangimentos para o corrente ano, em que “a capacidade do aeroporto de Lisboa continua a surgir como uma restrição importante”, salienta a responsável da associação. Cristina Siza Vieira deixa claro que “não estamos em euforia, antecipamos crescimentos mas mais moderados”, e o empenho do sector “na responsabilidade social implica encargos acrescidos”.

AHP propõe campanha de aumento da estada média

A instabilidade política no país, a perspetiva de eleições e dossiês pendentes no sector foram destacados na apresentação dos resultados do inquérito pelo presidente da AHP, Bernardo Trindade - que disse esperar ter “do próximo Governo, rapidamente, uma resposta às questões que nos preocupam”.

Entre as preocupações dos hoteleiros para 2025 destaca-se “em primeiro lugar o aeroporto de Lisboa, que é a principal infraestrutura distribuidora para todo o país”, realçou Bernardo Trindade.

Face à “ausência de resposta em termos de mais slots”, o presidente da AHP propõe que seja lançada “uma grande campanha com vista ao aumento da estadia média dos turistas em Lisboa”.

O presidente da associação de hotéis salienta que “há outros dossiês que nos preocupam”, e destaca ainda o dossiê da abertura do capital da TAP, enfatizando a importância da manutenção do hub de Lisboa.

Sobre o acordo para a imigração, Bernardo Trindade lembrou que “este sector empresarial depende muito de mão-de-obra”, e salientou que este tema tem de ser avançado “de forma mais célere e determinada”. O responsável da associação hoteleira deixou a garantia: “Estamos disponíveis para dar formação a imigrantes, e já o fazemos”.