O troço entre Oiã, no distrito de Aveiro, e Soure, no distrito de Coimbra, integrado na primeira fase da linha ferroviária de alta velocidade entre o Porto e Lisboa, apenas captou o interesse do consórcio Lusolav, que inclui seis empresas portuguesas: Mota-Engil, Teixeira Duarte, Casais, Alves Ribeiro, Conduril e Construções Gabriel A.S. Couto.

A confirmação foi feita esta tarde pela Infraestruturas de Portugal (IP), que fez saber que o júri do concurso reuniu de manhã para proceder à abertura das propostas submetidas na Plataforma de Compras Públicas, tendo sido verificado então que “foram carregados dois documentos com a tipologia ‘proposta e documentos complementares’”.

Mas, explica a empresa, apenas um dos documentos correspondia “efetivamente” a uma proposta, a da Lusolav. O outro foi apresentado pela empresa VIAMAPA – Serviços de Topografia SA, e correspondia a uma “declaração de não apresentação de proposta, pelo que não foi considerada esta entidade como concorrente”.

No primeiro concurso relativo a esta linha, correspondente ao troço entre o Porto e Oiã, a Lusolav foi também o único candidato, que acabaria por ficar com a concessão. A IP não aceitou uma proposta entregue em mãos por um consórcio liderado pela espanhola Sacyr, já fora do prazo, rejeitando a justificação do mesmo de que tinha havido problemas no carregamento da proposta.

A Sacyr também não se candidatou a este segundo troço mas esperava-se a concorrência de um grupo de empresas espanholas – entre as quais a FCC, a Acciona e a Ferrovial, que acabou por não comparecer. Um preço-base “desfasado da realidade”, nas palavras do presidente da Mota-Engil, Carlos Mota dos Santos, em entrevista ao Expresso, estará na base deste desinteresse. Uma crítica que já tinha sido feita relativamente ao primeiro concurso.