A Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) firmou nesta Quinta-feira, 17, um memorando de entendimento com a empresa canadiana Reconnaissance Energy Africa Ltd. (ReconAfrica), com vista à promoção de actividades de exploração e desenvolvimento económico dos recursos de hidrocarbonetos na bacia de Etosha-Okavango.

O acordo insere-se na estratégia da ANPG voltada para a dinamização das bacias sedimentares interiores e atracção de investimento estrangeiro qualificado para o sector de petróleo e gás nacional.

O memorando de entendimento estabelece os termos para a realização de estudos geológicos, aquisição de sísmica 2D, análises geoquímicas e recolha de amostras, todas as operações serão integralmente custeadas pela ReconAfrica.

Nos termos do memorando de entendimento assinado, de acordo com uma nota, são atribuídos à ReconAfrica direitos exclusivos por um período de 24 meses, com um plano de implementação dividido em duas fases, sendo a primeira de actividades técnicas e levantamento de dados e a segunda fase de aprofundamento das análises.

O presidente do conselho de administração da ANPG, Paulino Jerónimo, destacou os desafios e a importância das bacias interiores de Angola, sublinhando que estas se encontram afastadas da capital e da linha costeira, o que torna a sua exploração exigente.

Segundo avançou, as bacias perfazem uma área de aproximadamente 520 mil quilómetros quadrados, sendo a Bacia do Etosha-Okavango responsável por cerca de 300 mil quilómetros quadrados.

“Trata-se de sítios distantes, como as províncias do Cubango, Cuando, Cunene, Moxico Leste, Uíge, Malanje, Cuanza Norte, Lunda Norte e Lunda Sul. Queremos levar para aí também a indústria petrolífera, que vai claramente alavancar o desenvolvimento local. De tal maneira que vamos continuar a procurar outros investidores”, referiu Paulino Jerónimo.

O PCA disse ainda que “vamos fazer o nosso trabalho interno para promover o investimento e todas as actividades de exploração serão conduzidas com total respeito pelas normas ambientais nacionais e internacionais, garantindo a preservação dos ecossistemas. Agradecemos à ReconAfrica por ter aceitado este desafio de avaliar a bacia de Etosha-Okavango”.

Por seu lado, o CEO da ReconAfrica, Brian Reinsborough, manifestou entusiasmo em aprofundar a colaboração com a ANPG e reiterou o interesse contínuo em investir em Angola.

“Eu muito espero investir em Angola. Nós somos activos aqui. Estamos activos em outros países também. Consideramos Angola um país muito atractivo para se investir, por um conjunto de razões. Então, parabéns a toda a equipa da ANPG por tornar esse ambiente de negócios muito favorável ao investidor. Nós exploramos o Onshore há um bom tempo, então conhecemos as logísticas que são necessárias. Entendemos que o envolvimento das comunidades é necessário. Estamos felizes por compartilhar isso, porque nós temos uma experiência do trabalho de pesquisas de sísmica feitas no lado da Namíbia”, revelou.

A ReconAfrica é uma empresa cotada na Bolsa de Valores de Toronto, com forte presença na região do Okavango, no deserto do Kalahari, onde detém licenças de exploração petrolífera tanto na Namíbia como no Botswana. A sua experiência técnica e o histórico recente de descobertas naquela bacia sedimentar posicionam-na como um parceiro estratégico relevante para a ANPG e para o bom ambiente de negócios que Angola oferece.