A subida, a primeira desde julho e a terceira no espaço de um ano, foi decidida pelo conselho de política monetária do banco central, no segundo e último dia da primeira reunião em 2025.

O conselho disse ter levado em conta a evolução da economia nipónica e dos preços, em linha com os objetivos do BoJ.

Os dados recentes sobre os preços no consumidor mostram que a inflação está a oscilar em torno da meta de 2% do banco central.

O BoJ disse, ainda assim, que espera um aumento persistente do preço dos produtos importados devido à desvalorização do iene, a moeda japonesa.

A instituição prevê uma inflação (excluindo alimentos frescos) de "cerca de 2,5%" em 2025.

Por outro lado, o conselho afastou a possibilidade de choques fortes nos mercados com o regresso de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos.

Outra preocupação a longo prazo era o crescimento dos salários.

Dados recentes mostram que os trabalhadores japoneses estão a ganhar melhores salários e, em geral, deverão receber aumentos salariais sólidos nas próximas negociações sindicais anuais.

"Muitas empresas indicaram que continuarão a aumentar significativamente os salários durante as negociações da primavera", explicou o BoJ.

O governador do BoJ, Kazuo Ueda, tinha indicado repetidamente que uma subida estava a caminho.

O banco central avisou hoje que poderão ocorrer mais aumentos das taxas de juro

Marcel Thieliant, analista da Capital Economics, previu um novo aumento das taxas de juro na próxima reunião, em fevereiro, antes de outros aumentos graduais, caso a inflação não estabilize "de forma sustentável" ao nível da meta de 2%.

O banco central prometeu ser extremamente cauteloso para garantir que a economia se mantém estável.

O último aumento das taxas, em julho, fez com que os preços das ações caíssem na bolsa de valores de Tóquio.

O BoJ fez o primeiro aumento de juros em 17 anos em março, pondo fim a uma política de taxas de juro negativas.

Esta política monetária do Japão tinha como objetivo retirar a economia das tendências deflacionistas e impulsionar o crescimento.

A deflação (queda dos preços) estagna o crescimento, pois as empresas investem menos, cortam nos salários e os consumidores reduzem as despesas.

A posição do Japão contrasta com a da Reserva Federal dos EUA, banco central, conhecido como Fed, e do Banco Central Europeu, que têm vindo a reduzir as taxas depois de as terem aumentado para conter a inflação.

A Fed indicou recentemente que vai abrandar a redução das taxas.

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