Às 12:30 em Lisboa, o petróleo do Mar do Norte, a referência na Europa, continuava a subir (depois de ter subido mais de 3% na sexta-feira), e hoje estava a avançar para 81,04 dólares, um máximo desde julho, contra 79,76 dólares na sexta-feira.

O Brent manteve a tendência de alta iniciada no final da semana passada, impulsionado pelo anúncio de sanções contra dois dos maiores produtores e exportadores de petróleo e gás da Rússia, a Surgutneftegas e a Gazprom Neft, a terceira maior empresa do país.

Além disso, os EUA sancionaram mais de duas dezenas de filiais, bem como 183 petroleiros que Washington afirma fazerem parte de uma frota não declarada para contornar as sanções ocidentais.

Segundo analistas citados pela Efe, as restrições impostas a estas duas empresas, que em conjunto produzem mais de um milhão de barris por dia, avaliados em cerca de 23.000 milhões de dólares (cerca de 22.445 milhões de euros) por ano, poderiam afetar negativamente as suas exportações para a Índia e a China.

Stephen Innes, da SPI Asset Management, observou que existe também a preocupação entre os investidores de que o Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, "intensifique as sanções contra o petróleo iraniano".

Innes observou, no entanto, que, além do atual nervosismo quanto à oferta, os especialistas "continuam cautelosos quanto à direção futura" dos preços do petróleo, dada a fraqueza da procura.

Este analista salientou que, a médio prazo, existe o risco inverso de a oferta ultrapassar o consumo, "especialmente tendo em conta que a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros) planeia reintroduzir barris no mercado", embora, de momento, o tenha adiado para abril próximo.

Innes recordou que a previsão da procura mundial de petróleo "é cautelosamente modesta".

Assim, no seu último relatório, a Agência Internacional da Energia (AIE) projetou um crescimento desta procura de 1,1 milhões de barris por dia, para 103,9 milhões de barris por dia em 2025, contra um aumento ligeiramente inferior de 840.000 barris por dia em 2024.

No entanto, a agência reconheceu que a diminuição do consumo na China poderá fazer baixar os números.

No documento, a AIE afirma que, embora tudo indique que o mercado estará bem abastecido em 2025 - com um aumento da oferta de 1,9 milhões de barris por dia para 104,8 milhões de barris por dia -, "permanecem os riscos geopolíticos que poderiam afetá-lo com pouco ou nenhum aviso prévio".

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