A coordenadora do BE afirmou este domingo que a comunicação social é demasiado importante para "ficar nas mãos de grupos mafiosos que querem controlar a democracia" e defendeu a necessidade de se verificar a idoneidade dos seus proprietários.
"A comunicação social é demasiado importante para a democracia, liberdade, direito à informação e liberdade de expressão, para ficar nas mãos de grupos mafiosos que querem controlar a democracia, querem manipular a democracia e essa é uma exigência nossa", afirmou Mariana Mortágua.
A coordenadora do BE, que discursava num almoço convívio com militantes, defendeu a necessidade de se "verificar a idoneidade" daqueles que compram grupos de comunicação social, a propósito da reportagem divulgada na quinta-feira pela SIC e pelo Expresso, que dá conta de que o banqueiro angolano Álvaro Sobrinho era um dos rostos por trás do World Opportunity Fund, o fundo que foi o maior acionista da Global Media Group (GMG).
"Bastava uma regra simples, que o Bloco de Esquerda já apresentou e vai voltar a apresentar, para que haja verificação dos donos da comunicação social", referiu.
Mariana Mortágua teceu ainda críticas à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) por não ter pedido uma justificação ao fundo World Opportunity Fund para a compra do GMG.
"Se a ERC tivesse exigido uma justificação, teria rapidamente chegado à conclusão de que Álvaro Sobrinho é a pessoa menos idónea em Portugal para deter um grupo de comunicação social", referiu, assinalando que nos últimos dois a três anos "uma máfia tomou conta do grupo".
Para a coordenadora do BE, o que aconteceu com o GMG demonstra o "ataque à comunicação social" e como é necessária a sua proteção.
Além do "ataque à comunicação social", Mariana Mortágua abordou no seu discurso a necessidade de se protegerem os mais de 800 mil trabalhadores por turnos em Portugal e da universalidade do pagamento do subsídio de refeição.
"Este ano, vamos conseguir que todos os trabalhadores tenham subsídio de refeição", afirmou, assinalando que cerca de 1,7 milhões de trabalhadores não têm direito a este complemento salarial no setor privado.
"Só precisamos do voto do PS, para se juntar à proposta do Bloco de Esquerda, para universalizar o direito ao subsídio de refeição", acrescentou.