As principais bolsas europeias inverteram a tendência de alta e o euro subia para mais de 1,14 dólares, depois de o Governo chinês anunciar um novo aumento das taxas impostas sobre produtos oriundos dos Estados Unidos.

Pelas 10:00 em Lisboa, o EuroStoxx 600 recuava 1,12% para 481,84 pontos. Londres, Paris e Frankfurt tiveram quebras de 0,34%, 1,13% e 1,39%, respetivamente, enquanto as de Madrid e Milão desvalorizaram 0,65% e 1,41%.

Lisboa mantinha a tendência da abertura e às 10:00 o principal índice, o PSI, subia 0,94% para 6.465,31 pontos.

O euro subia para um novo máximo, de 1,1415 dólares, desde 9 de fevereiro de 2022 no mercado de câmbios de Frankfurt, contra 1,1197 dólares na quinta-feira. O preço da onça de ouro, um ativo de refúgio, subia para um novo máximo histórico de 3.218,09 dólares, contra 3.158,59 dólares na quinta-feira.

China insiste que não quer uma guerra comercial

O Governo chinês anunciou esta sexta-feira um aumento para 125% nas taxas impostas sobre produtos oriundos dos Estados Unidos, mantendo a política de retaliar os aumentos das tarifas sobre bens chineses decretados por Washington.

A guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo intensificou-se rapidamente, numa altura de grande volatilidade dos mercados. A China insiste que não quer uma guerra comercial, mas que "não tem medo de a enfrentar se necessário".

A medida de Pequim, que entrará em vigor no sábado, foi confirmada pelo Comité da Pauta Aduaneira do Conselho de Estado (Executivo chinês) numa declaração oficial, na qual condenou a política comercial dos Estados Unidos como uma "violação grave" das regras do comércio internacional" e "unilateralismo coercivo".

Numa reviravolta, o Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na noite de quarta-feira uma suspensão de 90 dias das chamadas "tarifas recíprocas" impostas sobre o resto do mundo, mas manteve e agravou as taxas impostas à China.

A Casa Branca esclareceu, na quinta-feira, que a tarifa total sobre os produtos chineses é de 145%, uma vez que teve de ser acrescentada a tarifa de 20% que tinha sido anteriormente imposta à China devido à crise do fentanil.

A imprensa oficial chinesa assinalou, nos últimos dias, que o país asiático diversificou os destinos das suas exportações nos últimos cinco anos, pelo que não é tão vulnerável a uma guerra comercial com os Estados Unidos como foi durante a primeira presidência de Trump (2017-2021).