"Vamos reagir comercialmente ou vamos apresentar uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) ou vamos taxar os produtos que importamos" dos Estados Unidos, disse o Presidente numa entrevista a uma rádio local.

Lula voltou a alertar para o princípio da "reciprocidade" caso haja "qualquer atitude contra o Brasil", mas garantiu que não quer ter "qualquer atrito" com nenhum país, afirmando: "Queremos paz, não queremos guerras".

O líder brasileiro referiu que não falou com Trump desde que o republicano tomou posse, a 20 de janeiro, mas sublinhou que o Brasil "considera os Estados Unidos um país extremamente importante" e espera que este tenha a mesma ideia face ao seu país.

No entanto, manifestou a sua preocupação com a deriva "protecionista" dos EUA, que colide com a posição que assumiram como "patrono da democracia no mundo" e "xerife do planeta Terra" após a Segunda Guerra Mundial.

"Agora é a América para os americanos. Tudo para eles: 'Vou taxar todos os produtos, vou ficar com a Gronelândia, vou anexar o Canadá, vou ficar com o Canal do Panamá, vou expulsar milhões de pessoas'", criticou Lula da Silva, referindo-se a afirmações e decisões tomadas por Trump.

"Isso preocupa-me, porque o que está em risco no mundo é a democracia, que é o melhor sistema de governo", disse Lula da Silva.

O Brasil é um dos países mais afetados por um dos diplomas assinados por Donald Trump, que prevê a imposição de taxas alfandegárias de 25% sobre as importações de alumínio e aço, já que é um dos três maiores fornecedores de aço dos EUA.

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