
"Estamos a trabalhar com vários parceiros e acreditamos que, em breve, teremos condições de anunciar um novo parceiro para dar continuidade à plataforma de frio", referiu Irineu Camacho, ao reaver o espaço que estava concessionado à empresa, por incumprimento das suas obrigações.
Depois de problemas em Espanha, a Atunlo fechou há um ano no Mindelo e os 210 trabalhadores passaram por processos de 'lay-off' sucessivos (que permitiram a suspensão dos contratos de trabalho) até novembro, recebendo metade do salário, mas registando-se atrasos no pagamento, até hoje.
Vários trabalhadores têm anos de antiguidade e reclamam indemnizações, enquanto outros se viram obrigados a prescindir dos seus direitos para poderem aceitar outros empregos que sustentem a família.
"O próximo parceiro deve dar garantias de que ninguém vai para o desemprego após o processo de retomada da plataforma de frio" e de que serão respeitados "os direitos adquiridos dos trabalhadores da Atunlo e serão pagos os salários em atraso", detalhou o presidente da Enapor.
Para Irineu Camacho, "é fundamental que o novo parceiro cumpra" este conjunto de condições.
A fábrica de processamento de pescado no Mindelo começou a funcionar em 2015, com 51% do capital nas mãos da Atunlo, 33% pertencentes à Frescomar (Ubago) e 16% à Frigrove, todas espanholas.
A Atunlo anunciava que o objetivo era afirmar-se como "operador de referência na Europa e norte de África" para produtos derivados de atum, com as fábricas de conservas entre os principais clientes do peixe ali processado.
O complexo de processamento que estava concessionado a Atunlo e a fábrica de conservas da Frescomar (atum, melva e cavala), fábricas parceiras no Mindelo, São Vicente, bem como as conservas Sucla, na ilha de São Nicolau, formam o setor conserveiro de Cabo Verde.
O peixe enlatado e congelado representa mais de dois terços das exportações de mercadorias de Cabo Verde, dirigidos à União Europeia (UE), sendo Espanha o principal comprador.
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