O valor mediano da avaliação bancária da habitação em Portugal voltou a subir em outubro, para 1721 euros por metro quadrado (m2), mais 26 euros que em setembro, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). No total, o valor do m2 em 2024 já se valorizou em 185 euros, mais do que em todo o ano de 2023.
Este valor tinha caído em outubro e novembro de 2023, mas voltou a subir em dezembro desse ano e assim continuou a aumentar até ao mês analisado. Aliás, com este aumento registado em outubro, este indicador passa pela primeira vez a barreira dos 1700 euros por m2 - e, claro, um novo máximo histórico.
De notar que o valor mediano significa que metade das casas foram avaliadas pelos bancos acima dos 1721 euros por m2 e outra metade abaixo desse valor.
Face a outubro de 2023 o m2 aumentou 185 euros, mais 12%. É a maior subida homóloga, a nível absoluto, desde janeiro de 2023 (na altura a subida homóloga foi de 193 euros, mais 15%). Para comparação, em setembro deste ano o aumento homólogo foi de 10% (154 euros).
A nível acumulado, desde o início do ano, o aumento foi também de 185 euros, mais do que em todo o ano de 2023, em que o m2 se valorizou 78 euros.
Para estes dados o gabinete estatístico, teve em conta o número de avaliações bancárias, que subiu 5,5% face a setembro e quase 30% face a outubro de 2023, para 34,9 mil avaliações.
Preços sobem 11,5% em outubro
O indicador do INE diz-nos o valor com que os bancos avaliaram as casas, mas não nos mostra efetivamente o preço pelo qual esses imóveis foram vendidos. Tradicionalmente, o valor não deve variar muito, mas não é incomum que fique o preço da venda fique acima do valor da avaliação.
Posto isto, os dados da Confidencial Imobiliário (CI), também divulgados esta terça-feira, mostram que “entre agosto e outubro deste ano, terão sido vendidas 39.600 habitações, o que “supera em 10% os 35.900 imóveis vendidos nos três meses anteriores (entre maio e julho) e fica 21% acima do observado no último trimestre do ano passado, quando se transacionaram 32.800 fogos”.
A CI diz ainda que os preços continuaram a subir - tal como as avaliações - “levando a valorização homóloga a passar de 7,5% em julho para 11,5% em outubro”.
No acumulado de agosto a outubro, o preço médio de venda da habitação em Portugal ascendeu a 2492 euros por m2. De notar que a CI usa como medida a média e não a mediana como o INE.
Por regiões, no mês em análise, a Grande Lisboa, o Algarve, a Região Autónoma da Madeira, a Península de Setúbal e o Alentejo Litoral apresentaram valores de avaliação superiores à mediana do país em 46,6%, 34,9%, 16,8%, 12,6% e 4,6%, respetivamente.
Por outro lado, Beira Baixa, Beiras e Serra da Estrela e Alto Tâmega e Barroso foram as regiões que apresentaram valores mais baixos em relação à mediana do país (-48,0%, -48,0% e -47,7%, respetivamente).
E se analisarmos com maior detalhe, ao nível municipal (existem dados para 156 dos 398 concelhos portugueses), encontramos os valores mais altos em Lisboa, Cascais, Oeiras, Grândola e Lagos (3876, 3238, 3107, 2860 e 2754 euros por m2, respetivamente) e os mais baixos em Mangualde, Nelas, Moura, Serpa e Arouca (781, 793, 825, 834 e 839 euros por m2, respetivamente).
Por tipologia, os apartamentos registaram um valor mediano de 1920 euros por m2, com o valor mais alto a ser registado na Grande Lisboa (2534 euros por m2). O valor do m2 dos apartamentos em Portugal cresceu 31 euros face a setembro, a maior subida desde janeiro do ano passado.
Já as moradias registaram um valor mediano de 1317 euros por m2, mais 16 euros que em setembro, mas nesta categoria de alojamento foi no Algarve que se registou o valor mediano mais elevado (2470 euros por m2).