O Governo chinês assegurou esta quarta-feira que tem "uma vontade firme" e "recursos abundantes" para responder com determinação se os Estados Unidos insistirem em "intensificar ainda mais as suas medidas económicas e comerciais restritivas".

"Com vontade firme e recursos abundantes, a China tomará resolutamente contramedidas e lutará até ao fim", disse o Ministério do Comércio chinês, num comunicado difundido esta quarta-feira.

O ministério reiterou que "não há vencedores numa guerra comercial" e que "a China não quer uma", mas "não ficará de braços cruzados se os direitos legítimos do seu povo forem violados".

O Governo chinês publicou na terça-feira um livro branco em que defende a posição da China nas suas relações económicas e comerciais com os Estados Unidos.

No documento, a China afirma que "ambos os países são uma oportunidade e não uma ameaça um para o outro" e apela a Washington para que elimine "imediatamente" a "imposição unilateral de tarifas".

Pequim está "disposta a comunicar"

O documento insta ainda os EUA a "reforçar o diálogo, gerir as diferenças e promover a cooperação" e sublinha que Pequim está "disposta a comunicar" com os EUA "sobre as principais questões económicas e comerciais bilaterais e a abordar as suas preocupações através do diálogo e de consultas em pé de igualdade".

Trump ordenou na terça-feira a aplicação de uma tarifa adicional de 50% sobre os produtos chineses, elevando o total das taxas para 104%.

Pequim anunciou anteriormente uma taxa de 34% sobre os produtos norte-americanos, depois de Trump ter imposto uma taxa na mesma percentagem sobre os produtos chineses.

Trump afirmou que Pequim quer desesperadamente um acordo, mas disse que Pequim não sabe como começar a negociar, sublinhando que a Casa Branca está à espera de um telefonema do seu homólogo chinês, Xi Jinping.

Nas possíveis futuras negociações entre Pequim e Washington está também o futuro das operações da aplicação TikTok nos EUA, que o Governo de Trump exigiu que se desligue da sua empresa-mãe, a chinesa ByteDance, para poder operar em território norte-americano.