O rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB) situou-se em 94,9% em 2024, o valor mais baixo desde 2009 (87,6%) e abaixo da previsão do Orçamento do Estado (OE), de 95,9%, anunciou nesta quarta-feira o Banco de Portugal (BdP).

Segundo os resultados reportados na primeira notificação do Procedimento dos Défices Excessivos e divulgados hoje pelo BdP, o peso da dívida pública no PIB reduziu-se em 2,8 pontos percentuais face a 2023.

Os dados ficam, ainda, abaixo da previsão anterior do BdP, que em fevereiro situava este rácio em 97,7% em dezembro do ano passado.

Em 2024, a dívida pública na ótica de Maastricht aumentou 8.874 milhões de euros, para 270.723 milhões de euros, numa subida que resulta do aumento dos títulos de dívida (mais 7,5 mil milhões de euros) e dos empréstimos (1,5 mil milhões de euros).

Por sua vez, as responsabilidades em depósitos baixaram cerca de 100 milhões de euros, em parte devido à diminuição de 1.300 milhões de euros dos certificados do Tesouro, que, por sua vez, foi compensada pelo crescimento de 700 milhões de euros pelos certificados de aforro.

No ano passado, as administrações públicas aumentaram os seus ativos em depósitos, nomeadamente junto do setor financeiro residente, em 1.900 milhões de euros. Deduzida desses depósitos, a dívida pública cresceu 6.957 milhões de euros, para 257.430 milhões de euros.

Os dados do banco central acrescentam que, no final de 2024, os investidores não residentes detinham 45% do total da dívida pública portuguesa, cerca de mais três pontos percentuais que um ano antes.

O BdP detinha 24% da dívida pública portuguesa – nos últimos anos, tem comprado títulos de dívida pública portuguesa em resultado da sua participação nos programas de aquisição de obrigações de dívida soberana –, as famílias 17% e os bancos residentes 11%.

No final de 2024, 50% da dívida pública tinha um prazo residual superior a cinco anos e 26% da dívida pública atingia o seu vencimento no prazo de um ano.

Os certificados do Tesouro e os certificados de aforro detidos por particulares são considerados produtos com maturidade residual inferior a um ano.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50