O Banco de Portugal revelou nesta segunda-feira que a dívida pública portuguesa continuou em sentido descendente em 2024, tendo terminado o ano em 95,3% do PIB. Isto representa um decréscimo de 2,6 pontos percentuais face ao final de 2023. As previsões do Governo apontavam para que este valor se fixasse em 95,9%. Este é o rácio mais baixo desde junho de 2010.
No total, a dívida ascendia a 270,7 mil milhões de euros no final do ano passado. Entre 2023 e 2024, houve um aumento de 8,8 mil milhões de euros de dívida, com um crescimento em cadeia de 1,5 mil milhões em dezembro. Esta subida resulta do aumento dos títulos de dívida, com mais 7,5 mil milhões de euros, e dos empréstimos, que totalizaram 1,4 mil milhões. Dos títulos de dívida, 5,9 mil milhões dizem respeito a títulos de curto prazo. Já as responsabilidades em depósitos baixaram 100 mil euros, devido, sobretudo, à redução dos certificados do Tesouro (menos 1,3 mil milhões), mas que foi parcialmente compensada pelo crescimento dos certificados de aforro (mais 700 mil euros).
A subida do mês de dezembro é explicada pelo BdP com o recebimento de uma parte do PRR (1,3 mil milhões de euros), o que levou a um acréscimo de empréstimos no valor de 1,1 mil milhões. Paralelamente, houve também emissões de certificados de aforros no valor de 400 mil euros.
Por sua vez, os ativos em depósitos das administrações públicas aumentaram 1,9 mil milhões de euros. A dívida pública deduzida de ativos em depósitos cresceu 6,9 mil milhões de euros, totalizando 257,3 mil milhões, informa a entidade reguladora.
O INE divulgou na semana passada que o PIB português cresceu 1,9%, mais do que os 1,8% previstos pelo Governo da AD.