Com este novo corte de 25 pontos base, a taxa de depósito, de referência, passa de 3% para 2,75%.
“O Conselho do BCE decidiu hoje [quinta-feira] baixar as três taxas de juro directoras do BCE em 25 pontos base. Esta decisão (…) tem por base a avaliação das perspetivas para a inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, lê-se no comunicado do banco central.
Neste momento, as taxas de juro aplicáveis à facilidade permanente de depósito, às operações principais de refinanciamento e à facilidade permanente de cedência de liquidez situam-se, respetivamente, nos 3,00%, 3,15% e 3,40%.
Este ciclo de flexibilização da política monetária segue-se aos máximos atingidos em 2023 para que as taxas de juro travassem a inflação, associada à retoma após a pandemia de covid-19 e ao início da guerra na Ucrânia.
Quinto corte apesar da inflação (ainda) ser um problema
Este é o quinto corte desde que os juros andaram, há cerca de ano e meio em máximos, a rondar os 4%, e que se traduz numa redução de 25 pontos base na taxa de depósito que passa para os 2,75%.
O dilema instalado no BCE continua a ser a inflação, que voltou a subir em dezembro, mas também a estagnação dos motores da economia europeia e, claro, as consequências da guerra da Ucrânia e, agora, as ameaças que chegam do outro lado do Atlântico: as tarifas que Donald Trump quer aplicar aos produtos europeus.
Tudo somado pode comprometer as certezas quanto a eventuais descidas nas próximas reuniões do BCE, pelo menos, até junho.
O impacto do corte
Ainda assim, tendo em conta o impacto das Euribor nas prestações das casas para já, e em fevereiro, num empréstimo de 150 mil euros a 30 anos com spread de 1%, a descida no próximo mês poderá rondar os 40 euros.
Já com uma Euribor a seis meses, a descida será de 90 euros e a 12 meses de 94 euros.
"Espera-se que pelo menos até meados de 2025, as famílias contiuem a sentir esta redução do valor das prestações, mas no segundo semestre espera-se que comece a haver um abrandamento ou estabilização das Euribor", destaca Nuno Rico da DECO Proteste.