A eletricidade produzida na barragem de Kaleta, na Guiné-Conacri, no âmbito do projeto da OMVG (Organização para Valorização da bacia do Rio Gâmbia, na sigla francesa), deveria ter chegado à Guiné-Bissau em setembro de 2018.

A demora ficou a dever-se a atrasos na construção de uma linha de transporte de energia de 218 quilómetros e de quatro subestações nas localidades guineenses de Saltinho (sul), Banbadinca (leste), Mansoa (centro/norte) e Bissau.

Vicente Có afirmou que os trabalhos "estão bastante adiantados" e que, neste momento, falta apenas indemnizar "uma ínfima parte" de proprietários de cajueiros, abatidos nas localidades onde estão a ser construídas as subestações.

Além da Guiné-Bissau, fazem parte da OMVG, o Senegal, a Gâmbia e a Guiné-Conacri.

O coordenador da célula da organização na Guiné-Bissau acredita que até ao final do ano as subestações serão construídas e a linha de interconexão fará com que a eletricidade saia de Kaleta para a Guiné-Bissau.

A partir da Guiné-Bissau, a eletricidade será transportada para o Senegal e de lá para a Gâmbia.

O Banco Mundial (BM), o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e o Banco Oeste Africano de Desenvolvimento (BOAD) disponibilizaram para a Guiné-Bissau cerca de 200 milhões de dólares (cerca de 165 milhões de euros) com os quais foi financiada a construção das quatro subestações, a construção da linha de transporte de energia e a indemnização dos proprietários dos cajueiros, assinalou Vicente Có.

As autoridades guineenses acreditam que com a chegada da eletricidade produzida na barragem de Kaleta o país vai resolver a falta de energia e ajudar a acelerar o desenvolvimento.

O projeto da OMVG de produção de energia elétrica, em gestação há mais de 20 anos, terá uma linha de interconexão de 1.677 quilómetros entre os quatro países e está orçado em 1,2 mil milhões de euros.

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