O Ministério das Finanças guineense, numa nota a que a Lusa teve acesso, informa que a emissão já estava prevista no calendário normal publicado pela Agência UMOA (União Monetária Oeste Africana) Títulos, entidade que regula a emissão de títulos de Tesouro dos oito países que integram a organização, nomeadamente Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Bissau, Mali, Níger, Senegal e Togo.

O empréstimo foi contraído no valor de 10 mil milhões de francos CFA, cerca de 15,2 milhões de euros, a uma taxa de juro de 4,9%, com um período de carência de um ano.

Esta é a segunda vez que o atual Governo guineense, liderado pelo primeiro-ministro, Aristides Gomes, vai ao mercado financeiro sub-regional contrair empréstimo sob emissão de títulos do Tesouro, depois de o ter já feito em setembro, tendo na altura arrecado o mesmo valor.

Na altura e pela ocasião do seu discurso à Nação para assinalar o 46º aniversario da Independência, o Presidente cessante guineense, José Mário Vaz, questionou a opção do Governo em contrair dívidas para o país, lembrando as dificuldades que levaram a perdão da dívida externa à Guiné-Bissau em 2011, no valor de 1,3 mil milhões de dólares.

"É caso para perguntar onde para o dinheiro da Direção-geral das Alfandegas, da Direção-geral de Contribuições e Impostos e fundos autónomos que deveriam entrar diariamente nos cofres de Estado", questionou José Mário Vaz.

O Governo guineense depara-se com dificuldades de tesouraria, encontrando-se, neste momento, vários funcionários públicos com salários em atraso.

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