A agência de rating Fitch manteve, esta sexta-feira, a classificação de Portugal como ‘A-’,mas passou a perspetivado país de “estável para “positiva”.

O 'rating' - uma avaliação atribuída pelas agências de notação financeira, que avalia o risco de crédito - de Portugal subiu, em setembro de 2023, de 'BBB+' para 'A-', com perspetiva “estável”. Uma avaliação que se mantivera até março deste ano.

"A perspectiva positiva reflete o progresso contínuo na redução da dívida pública, um histórico e compromisso com uma política fiscal prudente e a contínua desalavancagem externa, que reduzem as vulnerabilidades de Portugal", explica a agência de rating, em comunicado.

"O crescimento económico moderado e um modesto superavit orçamentário reduzam a dívida do governo de Portugal para 95,8% do PIB até o final de 2024, de 99,1% no final de 2023", lê-se na nota divulgada. "Projetamos uma redução contínua da dívida para 88,1% em 2026, em comparação com a mediana 'A' de 56,6% e para 82,5% em 2028", indica a agência ".

Na avaliação de Portugal, a Fitch sinaliza também que prevê um excedente de 0,2% do PIB em 2024, destacando ainda assim que o governo "implementou medidas de gastos e receitas que visam atender a algumas exigências sociais de longa data, mas continua comprometido em sustentar superavits modestos no médio prazo".

Já o rating manteve-se em 'A-' tendo em conta que "as classificações de Portugal também são apoiadas por indicadores de governação superiores à mediana 'A', com forças institucionais sustentadas pela adesão à UE e à zona euro", fatores que são "equilibrados por altos níveis de dívida pública e externa".

No que diz respeito às previsões económicas, a Fitch "espera um crescimento do PIB de 1,7% para 2024, abaixo dos 2,3% em 2023, impulsionado pelo consumo privado e investimento".

A Fitch destaca ainda o papel da “queda das taxas de juro” e da chegada dos "fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) como positivos para o país.

OE pode ser chumbado, mas risco de eleições é "reduzido"

A Fitch avisa, contudo, que a minoria parlamentar do PSD traz incerteza quanto à aprovação do Orçamento do Estado para 2025.

A agência de rating nota que o Executivo de Luís Montenegro pode ter de vir a governar por duodécimos, o que pode implicar “uma política orçamental mais rigorosa” e “atrasos na aplicação das políticas”.

Ainda assim, a agência classifica como “reduzido” o risco de eleições antecipadas em Portugal no próximo ano.

Com Lusa