Os reguladores norte-americanos pediram à justiça que que obrigue a tecnológica Google a quebrar o monopólio da pesquisa na Internet, nomeadamente através da venda do navegador Chrome.

A proposta faz parte de um documento de 23 páginas divulgado na noite de quarta-feira pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que exige também medidas para que os programas dos telemóveis com o sistema operativo Android favoreçam o motor de busca da Google.

"O Departamento de Justiça continua a promover uma agenda radical que vai muito além das questões legais neste caso", afirma Kent Walker, presidente dos assuntos globais e diretor jurídico ('global affairs & chief legal officer') da Google e Alphabet, numa publicação no blogue da tecnológica.

"Ao interferir desta forma, o Governo iria prejudicar os consumidores, os programadores e a liderança tecnológica norte-americana precisamente no momento em que é mais necessária", conclui.

Além da venda do Chrome, o navegador mais popular do mundo, o Departamento de Justiça quer proibir a empresa de assinar acordos multibilionários para garantir que o motor de busca é a opção padrão no iPhone da Apple e noutros dispositivos.

Os reguladores também querem que a Google partilhe os dados que recolhe das consultas dos utilizadores com os seus rivais, dando-lhes uma melhor oportunidade de competir com o gigante tecnológico.

A proposta foi enviada ao juiz distrital dos Estados Unidos Amit Mehta, que em agosto decidiu que a Google detém um monopólio abusivo do negócio da pesquisa na Internet.

As audiências judiciais sobre a punição da Google deverão começar na capital, Washington, em abril e Mehta já disse que pretende emitir uma decisão final antes do Dia do Trabalhador, 01 de maio.

As medidas ameaçam derrubar um negócio que deverá gerar mais de 300 mil milhões de dólares (284 mil milhões de euros) em receitas este ano para a empresa-mãe da Google, a Alphabet Inc.

No entanto, a situação poderá mudar, especialmente se o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, decidir substituir Jonathan Kanter, que foi nomeado pelo atual líder, Joe Biden, para liderar os esforços antimonopólio do Departamento de Justiça.

Kanter assumiu uma postura dura contra as grandes tecnológicas, incluindo a Apple.

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