"Trata-se de uma medida que não se justifica, é injusta, não vai resolver o problema [da subida dos preços] e que pode por em causa o funcionamento do mercado, o que é inimigo do investimento, ao desvirtuar as regras de funcionamento do mercado", disse o secretário-geral da Apetro, António Comprido, à agência Lusa.

No dia em que o ministro do Ambiente anunciou que o Governo vai propor um decreto-lei que permite atuar sobre as margens de comercialização dos combustíveis, que segundo um estudo da ENSE é uma das causas para a subida dos preços, para máximos de dois anos, a Apetro considera que "é mexer em tostões para resolver os milhões".

De acordo com António Comprido, as margens dos comercializadores - que não podem ser confundidas com lucro - representa cerca de 15% do preço final e "não é atuando sobre essa percentagem" que se vai resolver o problema da subida dos preços ao consumidor.

"Para isso, tínhamos que atuar na carga fiscal, que é a parte mais importante", representando cerca de 50 a 60% do preço final dos combustíveis, disse, admitindo que o Governo possa não ter margem para isso.

JNM // MSF

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