
"Estou a participar no curso de inglês, porque quero trabalhar na Austrália. Aprendemos o idioma em pacotes: primeiro o módulo teórico, depois a prática e o estágio. O curso de inglês dura apenas três meses, o que, para mim, é suficiente. No entanto, tudo depende do esforço individual", disse à Lusa Nicolina Faria Freitas, de 29 anos.
Nicolina Faria Freitas afirmou que, após terminar o curso de língua inglesa no centro de formação, poderá concorrer às vagas que serão abertas pela Secretaria de Estado da Formação Profissional e Emprego (SEFOPE) para trabalhar na Austrália, onde a sua irmã já se encontra há quatro anos.
"Este é o meu principal objetivo e estou confiante de que conseguirei passar nos exames que virão", disse a jovem mulher.
Mais de 70% da população de Timor-Leste, com 1,3 milhões de habitantes, tem idade inferior a 35 anos e, segundo dados das Nações Unidas, mais de 30% dos jovens estão desempregados.
Nicolina Faria Freitas é uma das centenas de jovens que frequenta o centro de formação Grace of Development, que oferece vários cursos, incluindo línguas, e que hoje recebeu a visita da SEFOPE.
Martinho Nascimento Mali, com 23 anos, é outro formando daquele centro, mas escolheu estudar coreano, inspirado pelos irmãos e vizinhos do município de Aileu, onde vive atualmente. O curso, com a duração de seis meses, tem uma mensalidade de 15 dólares (14,4 euros).
"Escolhi o curso de língua coreana porque quero buscar melhores condições de vida no estrangeiro e, assim, melhorar o meu futuro", disse Martinho Mali, visivelmente satisfeito com o seu programa de aprendizagem.
Com cerca de 300 formandos, aquele estabelecimento de ensino tenta inspirar os jovens a serem empreendedores e a criar o seu próprio emprego ou a integrarem os programas de mobilidade laboral.
"Os formandos que concluírem o curso no centro poderão comunicar com a SEFOPE para facilitar a criação de pequenas empresas" ou receberem informação sobre trabalho no exterior, nomeadamente na Austrália e Coreia do Sul, disse o diretor do centro de formação, Hilário Gusmão Fraga.
Além das línguas, os jovens podem fazer também cursos de empreendedorismo, informática, administração, jornalismo, entre outros.
"Espero que, ao concluírem a formação, os alunos consigam um emprego ou possam trabalhar no exterior e criar os seus próprios negócios", afirmou Hilário Gusmão Fraga.
A visita da SEFOPE teve como objetivo encorajar os jovens e também partilhar informação sobre o que precisam para integrar o mundo do trabalho.
Dados do Banco Mundial, divulgados em novembro de 2023, indicam que cerca de 20% dos jovens timorense, com idades entre os 15 e os 24 anos, não estudam, nem trabalham devido à falta de educação, limitações na prestação da saúde e ineficácia da proteção social.
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