"Quase 18 mil passageiros em 10 dias, uma média nos dias úteis de 2.200 passageiros, são 40 autocarros que estamos a tirar, por dia, das ruas", disse hoje aos jornalistas o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, após viajar entre Leça do Balio e o apeadeiro do Hospital São João, no concelho de Matosinhos (distrito do Porto).

Para o ministro, "isto é fundamental para um país e uma Europa que tanto fala em transferência modal [mudança de meios de transporte], necessidade de combater as alterações climáticas, tem que concretizar isso em medidas públicas que tenham impacto".

A Linha de Leixões reabriu em 09 de fevereiro entre Porto-Campanhã e Leça do Balio, com novos apeadeiros na Arroteia e Hospital São João, e com comboios provenientes quer de Campanhã, quer de Ovar, após ter sido assinado um protocolo, em março, entre a CP - Comboios de Portugal, Infraestruturas de Portugal (IP) e a Câmara de Matosinhos, homologado ainda pelo antigo secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, Frederico Francisco (Governo PS).

Para Miguel Pinto Luz, já do Governo PSD/CDS-PP, o balanço da reabertura é "muito positivo" e "o Governo está muito satisfeito", assegurando que não irá "ficar por aqui", mandatando "a IP e a CP para (...) pensar o que é possível fazer até Leixões", algo que já tinha sido remetido no protocolo de março para uma segunda fase.

Presente na viagem de hoje esteve também o presidente da IP, Miguel Cruz, que assinalou ser necessária a "melhoria das estações e recuperação das estações, que é um trabalho que necessariamente tem de ser feito".

Apesar de novos apeadeiros em Hospital São João e Arroteia, e de terem sido instaladas novas plataformas em São Gemil e Contumil, a estação de Leça do Balio não conta com um único abrigo e está emparedada, estando as estações de São Mamede de Infesta e São Gemil também fechadas.

Quanto à chegada até Leixões, à zona onde está a estação de metro do Senhor de Matosinhos e ligações à rede rodoviária da STCP e Unir, e ao futuro metrobus, "haverá, assim que possível, novidades".

"Foi feita a reabertura desta linha e o sucesso comercial justifica que o trabalho continue", frisou Miguel Cruz.

Já o presidente da CP, Pedro Moreira, reiterou que "a linha tem efetivamente potencial", mas só com a criação de "novas paragens e apeadeiros", como veio a suceder, considerando que o Hospital São João e Arroteia vão "trazer mais passageiros para o comboio".

Com os números hoje conhecidos, Pedro Moreira acredita que será possível "superar muito a estimativa" da empresa para o primeiro ano de operação.

Já a presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, referiu que "esta era uma ambição muito antiga" do município, baseada em estudos que demonstraram que era "decisivo que se reativasse a linha com complementaridade ao metro e ao transporte rodoviário".

"Esperamos que agora as pessoas utilizem, o senhor ministro continue a apostar neste investimento e o traga até Leixões", frisou a autarca socialista.

O serviço de passageiros efetua paragem em Porto-Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João (novo apeadeiro) São Mamede de Infesta, Arroteia (novo apeadeiro) e Leça do Balio. Para já, ficou de fora a reabertura até Leixões.

Realizam-se "60 comboios nos dias úteis, 30 em cada sentido, com oferta de dois comboios por hora e por sentido nas horas de ponta da manhã e da tarde", e "aos sábados, domingos e feriados realizam-se 34 comboios, 17 por sentido".

A partir de março, deverá entrar em funcionamento uma linha de autocarro da Unir, com uma frequência por hora, entre a estação de Leça do Balio e a Câmara de Matosinhos, disse à Lusa o vice-presidente da autarquia matosinhense, Carlos Mouta.

JE // JAP

Lusa/Fim