O cartão de consumo eletrónico foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo Governo de Macau para responder à crise provocada pela pandemia.
O objetivo da segunda fase do cartão de consumo passa por "continuar a estabilizar a economia local", afirmou o diretor dos Serviços de Economia, Tai Kin Ip, em conferência de imprensa.
Um primeiro montante de três mil patacas (330 euros) foi atribuído a cerca de 625 mil residentes, que levantaram o cartão, para ser gasto em maio, junho e julho. A partir de agosto, os residentes voltam a receber mais cinco mil patacas (550 euros) e o montante poderá ser gasto até 31 de dezembro.
O cartão poderá ser recarregado a partir do dia 27 de julho em 190 postos, de forma eletrónica, em vários serviços públicos, associações e serviços bancários. Quem não levantou o primeiro cartão podem fazê-lo nos postos indicados, explicou Tai Kin Ip.
O limite máximo de gastos diário volta a ser de 300 patacas (35 euros).
Cerca 1,87 mil milhões de patacas (190 milhões de euros) foram gastas em Macau na primeira fase do cartão de consumo criado para relançar a economia afetada pela pandemia da covid-19, anunciou hoje Tai Kin Ip.
De acordo com a Direção dos Serviços de Economia, até ao dia 15 de julho, cerca de 63% das mais de 19,4 milhões de transações beneficiaram pequenas e médias empresas (PME), sendo a restauração (24%) e o comércio a retalho (70%) os setores mais beneficiados.
Cerca de 40% do montante total de transações feitas através do cartão de consumo eletrónico tiveram lugar em estabelecimentos com menos de 20 trabalhadores.
No final de junho, o chefe do executivo de Macau apontou para dezembro o início da recuperação económica do território, avisando que o Governo pretende conter as despesas, mas só aquelas não "relacionadas com o bem-estar dos cidadãos".
O Fundo Monetário Internacional (FMI) estimou uma contração de 29,6% da economia de Macau este ano, devido à pandemia da covid-19, num território cuja economia é altamente dependente do jogo e que registou receitas de 292,4 mil milhões de patacas (cerca de 32,2 mil milhões de euros) no final de 2019, com o Governo a estimar um défice de 40 mil milhões de patacas (cerca de 4,4 mil milhões de euros) este ano.
Com as fronteiras ainda praticamente encerradas no território que recebeu quase 40 milhões de visitantes, o Governo tem apostado no incentivo ao consumo interno.
Macau foi dos primeiros territórios a identificar casos de covid-19, antes do final de janeiro.
O último, o 46.º, detetado em 25 de junho, quando já não havia registo de novos casos desde 09 de abril, já recebeu alta hospitalar.
Macau não registou nenhuma morte relacionada com a doença e não identificou qualquer infetado entre os profissionais de saúde.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 617.500 mortos e infetou mais de 15 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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