O Orçamento do Estado (OE) para 2025 prevê um aumento das verbas consagradas à expansão dos Metros de Lisboa e do Porto, assim como para a compra de comboios e barcos.

Na expansão das redes de Metro está previsto investir 625 milhões de euros, o que compara com os 517 milhões de 2024. O Metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures tem a maior fatia (173 milhões), seguido da linha Casa da Música-Santo Ovídio, do Metro do Porto, com 165 milhões, e da expansão da linha vermelha do Metro de Lisboa até Alcântara (133 milhões).

O Governo elenca na proposta de OE entregue esta quinta-feira na Assembleia da República a expansão prevista: “prossecução dos investimentos de expansão da rede do Metropolitano de Lisboa (17,5 km e 23 novas estações) e da rede do Metro do Porto (12,5 km e 15 novas estações; 8,2 km e 12 paragens BRT — Bus Rapid Transit — e estudo para as linhas da Trofa, Maia II, Gondomar e São Mamede)”.

Está também prevista a entrada em operação do Sistema de Metro do Mondego (duas linhas com 42 km de extensão e 42 estações) e o estudo do prolongamento da rede do Metro do Sul do Tejo, à Costa de Caparica e Trafaria, “bem como o estudo e desenvolvimento de outras ligações que justifiquem a aposta em soluções de transporte público também em canal dedicado”, diz o Governo.

No que respeita ao aumento da frota, o Governo pretende reforçar a compra de comboios em 2025, referindo que está prevista a compra pela CP de 127 automotoras elétricas, 12 bimodo e o lançamento do concurso para a alta velocidade.

Já o Metro de Lisboa deverá comprar 12 veículos LRV (Light Rail Vehicle) e 36 unidades triplas, o Metro do Porto comprará 12 veículos BRT e 22 composições, para o Metro do Mondego serão 35 autocarros articulados elétricos e na Transtejo-Soflusa será finalizada a substituição da frota de navios (os últimos 3 navios novos 100% elétricos, de um total de 10).

Estão previstos 157 milhões de euros na aquisição de frota em 2025, dos quais a maior parte será para a CP (90 milhões), seguida do Metro de Lisboa (45 milhões).

490 milhões para obras ferroviárias

O Governo prevê também que sejam investidos 490 milhões de euros em 2025 na construção, requalificação e modernização da Rede Ferroviária Nacional, alicerçada na conclusão do Programa de Investimentos Ferrovia 2020 e no desenvolvimento do Programa Nacional de Investimentos 2030 (PNI 2030).

Estão incluídas neste valor as obras de modernização da Linha da Beira Alta, a construção da nova Linha do Alentejo, que liga Évora a Caia, a eletrificação das Linhas do Oeste e do Algarve e a modernização da Linha de Sines e da Linha de Cascais. Prevê-se também a continuidade da modernização da Linha do Douro, com o início dos trabalhos no troço Marco/Régua.

Quanto às medidas recentes anunciadas para estimular a utilização dos transportes públicos - alargamento do passe social para todos os jovens até aos 23 anos, independentemente de estudarem, e a criação do Passe Ferroviário Verde, com um custo de 20 euros mensais - não têm um custo identificado na proposta do Orçamento. Apenas se refere uma “transferência de verbas do Fundo Ambiental para o Fundo para o Serviço Público de Transportes, até ao valor de 2 milhões de euros para apoio a projetos de melhoria das condições de serviço público de transportes”.

A nível de indemnizações compensatórias, o documento refere que para os transportes ferroviários os subsídios e indemnizações compensatórias previstos para 2025 são de 11,5 milhões de euros, abaixo dos 13,4 milhões previstos para este ano. Já quanto aos transportes rodoviários, no próximo ano deverão atingir 166,8 milhões, contra os 143,6 milhões deste ano.